SÃO PAULO (Reuters) - Os produtores de trigo do Rio Grande do Sul devem reduzir a área plantada com o grão na nova safra, com quedas que poderão variar entre 15 por cento e 30 por cento nas propriedades agrícolas familiares do Estado, devido aos altos custos de produção, estimou nesta quinta-feira a Emater/RS-Ascar, órgão de assistência técnica do governo gaúcho.
Segundo a Emater, médios e grandes produtores, que possuem mais estrutura, ainda cultivarão o cereal, "com a intenção de utilizar a cultura como cobertura de inverno e possibilidade de renda".
O Rio Grande do Sul tem sido o segundo produtor brasileiro do trigo, atrás do Paraná.
"Custos elevados para a implantação das lavouras de trigo e preços pouco atrativos para o grão desestimulam os produtores a investirem na atividade, com muitos deles questionando a rentabilidade da cultura", disse o diretor-técnico da Emater, Lino Moura, em comunicado.
Uma redução no plantio ocorreria após produtores gaúchos terem registrado perdas expressivas na temporada passada, por problemas climáticos.
Na safra passada, o Rio Grande do Sul colheu cerca de 1,5 milhão de toneladas, quebra de quase 35 por cento ante as previsões iniciais.
A Emater informou que deverá finalizar, até o fim deste mês, o primeiro levantamento sobre a intenção de plantio para a safra de 2016, quando será possível ter uma ideia mais precisa sobre a variação em relação à safra passada.
(Por Natália Scalzaretto)