Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deve produzir uma safra recorde de café em 2018, que pode superar 58 milhões de sacas, em meio a condições climáticas favoráveis e à bienalidade positiva da cultura do arábica, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em seu primeiro levantamento para a temporada deste ano, o órgão do governo estimou a produção cafeeira do país, maior produtor e exportador mundial, entre 54,44 milhões e 58,51 milhões de sacas de 60 quilos, alta de 21 a 30 por cento sobre 2017 e superior também ao recorde anterior, de 51,37 milhões de sacas, registrado em 2016.
O volume ficou acima ainda das 53,9 milhões de sacas esperadas, em média, por agentes do mercado em uma recente sondagem da Reuters.
No início da florada, uma seca chegou a levantar preocupações no setor quanto ao tamanho da safra de 2018.
"Após três anos de dificuldades para o café, este ano está muito mais favorável...O Brasil recuperará a produção e isso impulsionará as exportações, ajudando a economia do país", disse o diretor de Café, Açúcar, Energia e Agroenergia da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Silvio Farnese, durante coletiva na sede da Conab.
O comentário ocorre na mesma semana em que o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) reportou que os embarques da commodity em 2017 foram os menores desde 2012.
Segundo a Conab, do total esperado para 2018, a produção de arábica deve ficar entre 41,74 milhões e 44,55 milhões de sacas, alta de 21,9 a 30,1 por cento sobre 2017. Já a de conilon deve variar de 12,7 milhões a 13,96 milhões de sacas, avanço de 18,4 a 30,2 por cento na comparação anual, respectivamente.
Maior produtor nacional, Minas Gerais deve produzir um total de 29,09 milhões a 30,63 milhões de sacas de café, ao passo que o Espírito Santo, que vem em seguida no volume de produção e figura como líder em conilon, tende a colher de 11,58 milhões a 13,33 milhões de sacas.
Em relação à área, a Conab disse que esta deve somar 2,20 milhões de hectares (produção e formação), praticamente estável na comparação com 2017.
(Por José Roberto Gomes)