SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Rio Grande do Sul 2021/22 foi estimada nesta terça-feira em 9,54 milhões de toneladas, ante 11,2 milhões na previsão de fevereiro, à medida que os efeitos da seca resultaram em novas revisões das expectativas, de acordo com levantamento da Emater-RS.
O órgão que presta assistência técnica ao governo do Estado apontou uma redução de 52,1% na safra de soja ante a previsão inicial.
"É a menor safra desde 2012", disse o diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri, durante apresentação na feira agropecuária Expodireto, transmitida pelo YouTube.
Conforme dados da estatal Conab, o Rio Grande do Sul colheu apenas 6,5 milhões de toneladas em 2012.
O diretor descreveu a situação de alguns municípios, especialmente no lado oeste do Estado, como "catastrófica".
"Foram raras as chuvas com distribuição uniforme no Estado", comentou.
Quando o Estado colhe uma safra normal, figura entre os três maiores produtores de soja do Brasil, cuja colheita total sofreu impacto da estiagem ao sul.
O Paraná, outro grande produtor da oleaginosa, teve perdas severas também, mas ainda deve colher mais do que os gaúchos, conforme a última estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), de 11,6 milhões de toneladas.
A estiagem também cortou a safra de milho gaúcha em mais de 50% antes as estimativas iniciais, e agora a colheita do cereal está estimada em 2,74 milhões de toneladas.
A safra de arroz, em sua grande parte irrigada, foi menos afetada pela estiagem, mas ainda assim ficará 4,5% abaixo das estimativas iniciais, a 7,2 milhões de toneladas.
Em relação à temporada passada, o Rio Grande do Sul terá perdas de 53,3% na soja, 37,5% no milho e 13,1% no arroz, segundo a Emater.
(Por Roberto Samora)