BUENOS AIRES (Reuters) - A produção de trigo da Argentina para o ciclo 2023/24 deverá somar entre 18 milhões e 19 milhões de toneladas, ante 12,6 milhões colhidas na safra anterior, que foi afetada por uma seca histórica, disse o secretário de Agricultura, Juan José Bahillo.
Produtores da Argentina, um dos maiores exportadores mundiais de cereais e principal fornecedor de trigo ao Brasil, iniciaram nas últimas semanas a semeadura da safra 2023/24, cujo grão será colhido principalmente entre dezembro e janeiro.
"Há uma grande vontade de plantar (trigo) por parte dos produtores", disse Bahillo em entrevista à rádio.
O governo estima que a área de trigo será de 6,1 milhões de hectares.
Por outro lado, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC) reduziu na quinta-feira sua estimativa de plantio de 6,1 milhões de hectares para 6 milhões de hectares, devido às condições de seca em algumas áreas produtoras.
"A falta de umidade no centro-oeste da região agrícola, principalmente no sul de Córdoba e no norte de La Pampa-oeste de Buenos Aires, impede o cumprimento dos planos de plantio orçados", afirmou o BdeC em seu relatório semanal.
Na última temporada, a Argentina foi atingida pelo que o governo descreveu como a pior seca dos registros oficiais. As chuvas dos últimos meses permitiram reverter essa situação nas áreas mais afetadas, mas outras regiões sofreram nas últimas semanas com a falta de chuvas.
SOJA E MILHO 22/23
A safra de soja 2022/23 da Argentina terminou na última semana, com uma produção final de apenas 21 milhões de toneladas devido à seca, ante 43,3 milhões colhidas na campanha anterior, informou a bolsa.
Relativamente ao milho 22/23, a BdeC adianta que os agricultores do país colheram 48,5% da área semeada com o cereal, cuja safra está estimada em 34 milhões de toneladas.