Por Nayera Abdallah
DUBAI (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) receberá com satisfação o retorno total do Irã ao mercado de petróleo quando as sanções forem suspensas, disse o secretário-geral da Opep, Haitham Al-Ghais, ao site do Ministério do Petróleo iraniano nesta segunda-feira.
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O Irã é membro da Opep, embora suas exportações de petróleo estejam sujeitas a sanções dos Estados Unidos destinadas a conter o programa nuclear de Teerã.
O secretário-geral, que está visitando Teerã pela primeira vez, acrescentou que o Irã tem capacidade para trazer volumes significativos de produção em um curto período de tempo.
"Acreditamos que o Irã é um agente responsável entre os países membros da sua família, os países do grupo da Opep. Tenho certeza de que faremos um bom trabalho em conjunto, em sincronia, para garantir que o mercado permaneça equilibrado, como a Opep continuou fazendo ao longo nos últimos anos", disse ele de acordo com o site.
Questionado sobre o corte voluntário de produção da Opep e seu efeito sobre os preços do petróleo, Ghais disse que "na Opep... não buscamos um determinado patamar de preços. Todas as nossas ações, todas as nossas decisões são feitas para que se tenha um bom equilíbrio entre demanda global por petróleo e oferta global de petróleo."
Em um movimento surpresa em abril, a Arábia Saudita e outros membros da Opep+, que compreende o grupo e aliados, como a Rússia, anunciaram novos cortes na produção de petróleo de cerca de 1,2 milhão de barris por dia, elevando o volume total de cortes da Opep+ para 3,66 milhões de barris por dia, segundo cálculos da Reuters.
A Arábia Saudita, principal liderança da Opep, e o Irã anunciaram em março que iriam restaurar as relações diplomáticas após anos de hostilidade, em um acordo mediado pela China, o segundo maior consumidor mundial de petróleo.