BERLIM (Reuters) - O Azerbaijão, anfitrião da cúpula climática da ONU deste ano, defenderá o direito das nações produtoras de petróleo e gás de investir no setor, disse o presidente do país nesta sexta-feira, observando que, apesar das metas climáticas, a demanda por combustíveis fósseis continua forte.
Como anfitrião da cúpula climática COP29 das Nações Unidas em novembro, o Azerbaijão supervisionará as negociações entre quase 200 países sobre como obter mais financiamento para combater as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta.
"Como chefe de um país rico em combustíveis fósseis, é claro que defenderemos o direito desses países de continuar investindo e produzindo porque o mundo precisa disso", disse o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em uma conferência sobre o clima em Berlim na sexta-feira.
"Mas, ao mesmo tempo, os países com combustíveis fósseis (...) devem estar entre aqueles que demonstram solidariedade com relação às questões relacionadas às mudanças climáticas", afirmou ele.
A cúpula da ONU sobre o clima, realizada no ano passado nos Emirados Árabes Unidos, terminou com um acordo global que pede a "transição para se afastar dos combustíveis fósseis" para atingir emissão líquida zero até 2050.
A queima de combustíveis fósseis para a produção de energia é a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas. As emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia aumentaram para um nível recorde no ano passado, segundo dados da Agência Internacional de Energia.
Ainda não se sabe como os países implementarão o acordo da COP28 nos próximos anos. Aliyev disse que o Azerbaijão aumentará suas exportações de gás natural para a Europa para atingir 20 bilhões de metros cúbicos até 2027, considerando a atual situação geopolítica.
(Reportagem de Kate Abnett e Riham Alkousaa)