SÃO PAULO (Reuters) - Uma unidade da petroleira anglo-holandesa Shell (LON:RDSa) (SA:RDSA34) recebeu autorização do governo brasileiro para importar gás da Bolívia mirando o mercado nacional, enquanto uma empresa do grupo Trafigura recebeu aval para importações de gás natural liquefeito (GNL) de diversas localidades.
As autorizações, publicadas pelo Ministério de Minas e Energia no Diário Oficial da União desta segunda-feira, são válidas até meados de 2024 e vêm pouco após a aprovação pelo Congresso de um projeto que visa estabelecer novo marco legal para o setor de gás no Brasil, com o objetivo de aumentar a competição na indústria.
A reforma regulatória, que agora aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro, deve incentivar mais empresas a trazerem gás importado para comercialização no país, segundo especialistas, enquanto busca também incentivar a ida para o mercado do gás de produção local, muitas vezes reinjetado nos poços para favorecer a extração de petróleo.
A Shell, que já havia conseguido na semana passada uma aprovação para importações de GNL de diversos países, teve agora um aval para importar gás boliviano em volume total de até 14 milhões de metros cúbicos/dia.
O insumo, que será transportado pelo gasoduto Bolívia-Brasil, deverá ter como mercado potencial o segmento de usinas térmicas, além de distribuidoras e consumidores livres de gás.
A autorização foi concedida à Shell Energy do Brasil Gás Ltda e tem validade até 31 de março de 2024.
Já a Trafigura teve aprovação para importar GNL de "diversos países", em volume total de até 25,6 milhões de m³ em gás liquefeito.
O transporte será via marítima, com entrega no terminal de regaseificação da Baía de Todos os Santos, em Salvador, com a empresa mirando como mercado potencial consumidores livres, comercializadores, companhias distribuidoras e termelétricas.
A autorização da Trafigura será válida de 1° de junho de 2021 a 1° de junho de 2024.
(Por Luciano Costa)