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SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista não mostrava um viés claro nesta quinta-feira, com ruídos no cenário brasileiro ainda minando o sentimento de investidores, que também estão na expectativa da fala do chair do Federal Reserve no simpósio de Jackson Hole na sexta-feira.
Por volta de 11h15, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,16%, a 134.448,37 pontos, tendo marcado 133.874,43 pontos na mínima e 134.828,49 pontos na máxima até o momento.
O volume financeiro somava R$2,87 bilhões.
De acordo com o responsável pela mesa de ações do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), Jerson Zanlorenzi, é um momento de maior volatilidade no mercado local, com o volume transacionado na bolsa na véspera (R$16,19 bilhões), reforçando o nível de incertezas.
"Temos ruídos internos grandes no Brasil, questões sendo discutidas em Brasília que impedem muitas vezes o fundamento de fazer o movimento que a gente imaginaria de preço", afirmou no Morning Call BTG, publicado no perfil do banco no X.
Ele destacou que o Brasil teve uma temporada de balanços muito forte no Brasil, com resultados que dão um conforto de ver a bolsa atrativa no patamar de valuation, assim como há possibilidade de o país começar um ciclo de corte de juros.
Mas ponderou que ainda há "incertezas e ruídos elevados no Brasil que podem afugentar esse capital estrangeiro, enquanto o local não está tão incentivado a aumentar seus portfólios".
Os ativos brasileiros, principalmente ações de bancos, têm sido pressionados nessa semana por preocupações com uma possível escalada nas tensões entre EUA e Brasil, após movimentos do STF que adicionam incerteza sobre o cumprimento de sanções dos EUA.
No exterior, o simpósio de Jackson Hole está sob o holofote, precisamente o discurso de Jerome Powell, com investidores, conforme pontuou a Monte Bravo Investimentos, aguardando sinais sobre os próximos passos da política monetária.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuava 0,6%, com agentes ainda analisando potenciais reflexos de movimentos recentes do STF, que adicionaram mais um ponto de pressão ao banco após um resultado bastante fraco para o segundo trimestre. ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) tinha variação negativa de 0,06%, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedia 0,51% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) subia 0,23%. BTG PACTUAL UNIT caía 0,86%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) era negociada em queda de 0,17%, em meio a variações modestas do preço do petróleo no exterior, onde o barril do Brent tinha acréscimo de 0,12%. PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) perdia 0,24%.
- VALE ON (SA:VALE3) registrava variação positiva de 0,28%, tendo como pano de fundo melhora dos preços futuros de minério de ferro na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrando as negociações do dia com alta de 0,98%, a 772,5 iuanes (US$107,63) a tonelada.
- RUMO ON (BVMF:RAIL3) caía 1,67%, novamente entre os destaques negativos, em meio a perspectivas de resultados ainda pressionados. Analistas do Itaú BBA publicaram relatório nessa semana estimando, entre outros pontos, uma dinâmica fraca de lucros, com queda mais acentuada nas tarifas ano a ano no segundo semestre de 2025 em comparação ao segundo trimestre.
- NATURA ON (BVMF:NATU3) perdia 1,79%, refletindo preocupações com o ritmo de vendas na divisão brasileira da fabricante de cosméticos, enquanto seguem na expectativa sobre o desfecho envolvendo a Avon Internacional.
- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) subia 1,65%, buscando uma recuperação após duas quedas seguidas, enquanto o índice de consumo na B3 (BVMF:B3SA3) recuava 0,3%.
(Por Paula Arend Laier, edição Alberto Alerigi Jr. e Michael Susin)