Por Kate Abnett
BRUXELAS (Reuters) - Os países da União Europeia estão considerando uma proposta para limitar os preços do gás a patamares mais baixos do que o sugerido até agora, antes da reunião de ministros de energia do bloco na segunda-feira para tentar aprovar a medida, de acordo com um documento visto pela Reuters.
Após meses de negociação e duas reuniões ministeriais de emergência sobre a proposta da UE para um teto, os países não chegaram a um consenso sobre o assunto e estão em desacordo sobre se isso pode aliviar ou piorar a crise energética.
A República Tcheca, que detém a presidência rotativa da UE, elaborou um esboço de um novo compromisso para tentar acabar com o impasse na segunda-feira.
Sua proposta acionaria um teto se os preços do contrato de primeiro mês do centro de gás da Dutch Title Transfer Facility (TTF) excederem 188 euros por megawatt-hora por três dias.
Isso é bem menos do que os 275 euros/MWh originalmente sugerido pela Comissão Europeia, que os países pró-teto, incluindo Bélgica, Polônia e Grécia, descartaram como muito alto. Eles disseram que o limite precisa ser inferior a 200 euros para enfrentar os altos preços do gás que têm impactado as contas dos consumidores.
A Rússia era o maior fornecedor de gás da UE antes de invadir a Ucrânia em fevereiro. Desde então, Moscou cortou a maior parte do gás que envia para a Europa, elevando os preços e levando a uma inflação recorde.
Mas o maior mercado de gás da Europa, composto por Alemanha, Holanda e Áustria, se opõe ao teto, que, segundo eles, pode atrapalhar o funcionamento dos mercados de energia do continente e desviar cargas de gás necessárias para outras regiões onde os preços não são limitados.
De acordo com a proposta mais recente, compartilhada com os países da UE no sábado, o valor do teto da UE não cairia abaixo de 188 euros/MWh, mesmo que o preço de referência do gás natural liquefeito (GNL) recuasse para patamares muito mais baixos.
Mas se o preço de referência do GNL subir para níveis mais elevados, então o teto do preço do gás na UE se moveria junto, mantendo-se 35 euros/MWh acima do preço do GNL - sistema concebido para garantir que o bloco licite acima dos preços de mercado, caso necessário, para atrair combustível escasso.