BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia convocou o embaixador da Rússia no bloco, nesta segunda-feira, para condenar a decisão de Moscou de impedir a entrada de oito autoridades da UE no país, que o Kremlin disse ter sido uma retaliação a sanções impostas a cidadãos russos pelo bloco.
O protesto é o mais recente acontecimento a aumentar as tensões diplomáticas entre as duas partes desde o início de 2021, quando a Rússia expulsou diplomatas europeus durante uma visita oficial do alto representante da UE.
A UE, por sua vez, irritou a Rússia ao exigir que o crítico do Kremlin Alexei Navalny fosse libertado da prisão, ao mesmo tempo em que colocava mais autoridades russas em uma lista de sanções por abusos de direitos humanos.
O embaixador da Rússia na UE, Vladimir Chizhov, foi convocado "para condenar a decisão das autoridades russas da última sexta-feira de proibir a entrada de oito cidadãos da União Europeia no território da Federação Russa", disse a Comissão da UE em um comunicado.
"O embaixador Chizhov foi informado da forte rejeição e firme condenação por parte das instituições da UE e dos Estados-membros da UE a esta decisão, que foi puramente motivada por motivos políticos e carece de qualquer justificativa legal", acrescentou o Executivo da UE.
No encontro com Chizhov, os representantes da UE também lembraram a expulsão da Rússia de diplomatas tchecos e a ordem executiva da Rússia dos chamados "Estados hostis", de acordo com o comunicado.
Os representantes da UE expressaram "sua grande preocupação com o impacto cumulativo de todas essas decisões nas relações entre a UE" e a Rússia, e observaram que a UE se reserva o direito de tomar as medidas adequadas em resposta.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse na sexta-feira que entre os banidos estavam Vera Jourova, vice-presidente de Valores e Transparência do Executivo da UE; e o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli.
(Reportagem de Robin Emmott e Sabine Siebold)