Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A Comissão Européia pediu nesta sexta-feira uma avaliação da indústria sobre uma lista de produtos dos Estados Unidos que será sujeita a tarifas de importação, no primeiro passo para medidas em resposta aos planos dos EUA de sobretaxar a importação de aço e alumínio da Europa.
A União Européia quer ficar isenta das sobretaxas de 25 por cento sobre o aço e 10 por cento sobre o alumínio que o presidente dos EUA, Donald Trump, aprovou na semana passada. O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e a comissária de Comércio da UE, Cecília Malmstrom, se reúnem na próxima semana para discutir o assunto.
A Comissão Européia, que coordena a política comercial para os 28 países membros da UE, disse que, se o bloco não estiver isento das taxas, deverá fixar tarifas de 25 por cento sobre uma série de produtos dos EUA, cujas importações anuais para a União Europeia somam 2,8 bilhões de euros (3,45 bilhões de dólares).
A lista de 10 páginas de produtos que a UE pode taxar abrange desde arroz a suco de laranja, maquilagem, motocicletas, barcos a motor e pias de aço inoxidável. Também inclui muitos produtos de metais para uso na construção e indústria.
Alguns dos produtos podem estar sujeitos taxação dentro de meses. A UE diz que os EUA não podem usar a segurança nacional como uma justificativa para suas tarifas sobre os metais, o que significa que a Europa pode responder com medidas de "reequilíbrio".
"Nós sentimos que estamos em bases legais muito sólidas", disse uma autoridade da UE nesta sexta-feira.
Um segundo grupo de produtos somente seria tarifado se a Organização Mundial do Comércio (OMC) posteriormente declarar as tarifas dos EUA como ilegais, ou após um período de três anos.
Os dois conjuntos de produtos combinados visam compensar o dano causado pela sobretaxa norte-americana para as exportações do bloco europeu de 6,4 bilhões de euros de aço e alumínio para os EUA.
A Comissão convocou os principais empresas afetadas pelas tarifas dos EUA e pela possível resposta da UE para se posicionarem até o dia 26 de março, para depois apresentar uma proposta formal.
Os 28 Estados membros da UE também teriam que concordar sobre qualquer ação.
O bloco também terá que notificar a OMC sobre possíveis medidas retaliatórias até 23 de maio, ou no prazo de 60 dias após a entrada em vigor das tarifas dos EUA. A União Europeia teria que promulgar essas medidas no mês seguinte.
Trump determinou que Ross discuta as "horríveis" tarifas e barreiras comerciais da UE com Bruxelas e ameaçou atingir o setor automotivo europeu.
A UE contesta a argumentação de Trump sobre as tarifas e sua ênfase em automóveis, tarifados pelos EUA em 2,5 por cento e pela UE em 10 por cento. Para outros produtos, como caminhões, as tarifas dos EUA são maiores.
"Não estamos negociando nossa isenção com os Estados Unidos. Não é aceitável tentar vincular uma solução para isso e qualquer questão ao acesso ao mercado ou negociações comerciais", disse autoridade da UE.
(Por Philip Blenkinsop)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447745))
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