RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas de óleo diesel no mercado brasileiro devem apresentar nova queda anual em 2016, caso as expectativas de recuo do Produto Interno Bruto (PIB) se confirmem, afirmou nesta quarta-feira o superintendente-adjunto de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rubens Freitas.
O óleo diesel é o principal combustível consumido no Brasil e suas vendas são uma importante fonte de receita para a Petrobras (SA:PETR4). A projeção para o PIB em 2016 é de queda 3,45 por cento, segundo o Boletim Focus.
"O diesel é o (combustível) que está mais atrelado ao PIB, então, se o PIB continuar caindo, o diesel tende a acompanhar", afirmou Freitas, em evento realizado pela agência para comentar os resultados das vendas de distribuidoras de combustíveis em 2015.
As vendas de óleo diesel em 2015 caíram 4,7 por cento ante o ano anterior, para 57,211 bilhões de litros, diante do recuo da economia brasileira.
Já para as vendas de combustíveis Ciclo Otto, que inclui gasolina e etanol, a previsão é de estabilidade neste ano em relação ao ano anterior.
O diretor da ANP, Waldyr Barroso, destacou que atualmente o mercado de etanol hidratado passa pela entressafra, que vai até o fim de março no centro-sul. Neste período, o biocombustível pode perder competitividade em relação a gasolina.
Entretanto, segundo o executivo, a expectativa é que após o início da safra as vendas se recuperem e o combustível termine o ano com alta na demanda.
"Se a safra vier boa, conforme a indústria está prevendo, isso (aumento das vendas) deve se repetir", afirmou Barroso.
As vendas de etanol hidratado subiram 37,5 por cento em 2015 ante 2014, para 17,863 bilhões de litros. O diretor não entrou em detalhes sofre a magnitude da alta esperada.
As vendas de gasolina caíram 7,3 por cento no ano passado, ante 2014, para 41,137 bilhões de litros.
Já em relação às vendas de todos os combustíveis neste ano, Barroso afirmou que a expectativa atual é de estabilidade no volume total de vendas ante 2015.
"Acredito que (2016) deve ter um comportamento bem parecido com o que a gente viu em 2015", afirmou ele, ressaltando que não haverá grande mudança entre o volume vendido em 2016 ante o ano passado.
As vendas de todos os combustíveis no Brasil em 2015 somaram 141,811 bilhões de litros, queda de 1,9 por cento em relação ao ano anterior.
(Por Marta Nogueira)