BERLIM (Reuters) - A Alemanha vai fechar a maioria dos comércios na próxima quarta-feira e mantê-los fechados até, pelo menos, 10 de janeiro, interrompendo a movimentada temporada de compras de Natal, enquanto o país aumenta as restrições contra o coronavírus e tenta conter a propagação da doença, disse a chanceler Angela Merkel neste domingo.
"Eu teria desejado medidas mais leves. Mas, devido às compras de Natal, o número de contatos sociais aumentou consideravelmente", disse Merkel a jornalistas após uma reunião com líderes dos 16 Estados do país.
"Há uma necessidade urgente de agir", acrescentou.
Apenas comércios essenciais, como supermercados e farmácias, bem como bancos, devem permanecer abertos a partir de 16 de dezembro. Salões de beleza e estúdios de tatuagem também terão que fechar.
O governo apoiará as empresas afetadas com uma quantia total de cerca de 11 bilhões de euros por mês. As empresas que forem forçadas a fechar podem receber até 90% dos custos fixos, ou até 500.000 euros por mês, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz.
A princípio, as escolas serão fechadas e os empregadores deverão encerrar as operações ou fazer com que os funcionários trabalhem em casa. A venda de fogos de artifício será proibida com vistas ao reveillón.
A Alemanha está em lockdown parcial há seis semanas, com bares e restaurantes fechados, enquanto lojas e escolas permaneceram abertas. Algumas regiões já impuseram medidas mais duras assim que aumentaram as infecções.
"O isolamento 'light' teve um impacto, mas não foi suficiente", disse o primeiro-ministro da Baviera, Markus Soeder. "A situação está fora de controle".
As reuniões privadas permanecerão limitadas a não mais do que cinco pessoas oriundas de duas casas diferentes. Para as festas de Natal, a regra será ligeiramente flexibilizada para que as famílias possam comemorar juntas.
Merkel e Soeder disseram que é muito cedo para dizer se a economia poderá reabrir após o dia 10 de janeiro.
Novas infecções diárias e o número de mortes atingiram recordes nos últimos dias.
Maior economia da Europa, a Alemanha teve mais sucesso do que muitos países do continente na tarefa de manter a pandemia sob controle na primeira onda, em março e abril. Mas tem encontrado dificuldade para virar a maré na segunda onda.
O número de casos confirmados de coronavírus na Alemanha subiu em 20.200, chegando a 1.320.716, mostraram neste domingo os dados do Instituto Robert Koch (RKI) para doenças infecciosas. E 321 novas mortes foram contabilizadas, com a contagem total chegando a 21.787 no país.
(Reportagem de Andreas Rinke)