Por Marine Strauss
BRUXELAS (Reuters) - A Bélgica pode estar no início de uma segunda onda de infecções de coronavírus, já que relatou um aumento de 32% de casos diários, mas por ora o ressurgimento parece mais localizado do que o surto inicial, disseram virologistas nesta sexta-feira.
A Bélgica, que conteve o coronavírus depois de se tornar o país de médio porte mais afetado do mundo, não relatou nenhuma morte relacionada à Covid-19 em 24 horas no dia 14 de julho pela primeira vez desde 10 de março.
Mas o instituto nacional de saúde pública Sciensano disse também nesta sexta-feira que as infecções novas estão aumentando. Entre 7 e 13 de julho, o país registrou uma média de 114,7 casos novos confirmados de Covid-19 por dia, um crescimento de 32% em relação à semana anterior.
Mesmo assim, a cifra é significativamente inferior aos 1.600 casos novos diários computados no pico da pandemia.
"Com os números mais atualizados e os aumentos recentes de casos confirmados, pode-se ver claramente que estamos no início de uma segunda onda", disse o virologista Marc Van Ranst à Radio 1 belga.
Mas Yves van Laethem, porta-voz do Ministério da Saúde, disse à emissora RTBF que a perspectiva de uma segunda onda parece estar limitada a províncias específicas por ora. Falando ao jornal Le Soir, o virologista Marius Gilbert ecoou esta visão, acrescentando que as taxas de transmissão continuam relativamente baixas.
O chamado índice de reprodução de infecções da Covid-19, que mostra o número médio de infecções causadas por cada pessoa portadora do vírus, aumentou para mais de 1 na Bélgica pela primeira vez desde o pico da pandemia, no dia 4 de abril.