Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro defendeu novamente a aprovação de uma emenda à Constituição que garanta a impressão do comprovante do voto para urnas eletrônicas para a disputa de 2022 e criticou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, pelas ressalvas que faz à iniciativa, chamando-o de "dono da verdade".
Em sua tradicional live de quinta-feira, Bolsonaro rebateu Barroso, defensor do atual sistema eletrônico de voto.
"Tenho visto o ministro Barroso criticando, vamos ter problemas se tiver voto impresso, problema em quê, Barroso?", questionou. "Ministro Barroso, o dono da verdade", emendou.
O presidente queixou-se das ressalvas que estariam sendo feitas pelo presidente do TSE de que a eventual adoção do voto impresso, mesmo sendo aprovado pelo Congresso Nacional, só ocorreria se não houvesse contestação na Justiça.
"Que negócio é esse se for judicializado, que negócio é esse, ministro Barroso? Quer dizer, se alguém entrar com uma ação no Supremo, você vai despachar lá e (dizer): 'ó, não vale a PEC aí, a emenda à Constituição dos deputados e senadores? Uma pessoa vai querer derrubar no mínimo 308 deputados?", contestou.
"Não tem cabimento isso. Se o Congresso aprovar o voto impresso, vamos ter eleições com voto impresso e ponto final, não se discute mais este assunto, ponto final", reforçou.
Para Bolsonaro, é preciso respeitar as decisões do Congresso. "Não fica com filigranas, dando uma de pessoa que sabe tudo, não sabe nada", disse.
O presidente tem feito uma defesa da adoção do voto auditável para a disputa de 2022 após críticas ao modelo atual e suspeitadas levantadas por ele --sem qualquer evidência apresentada-- de que houve fraude na sua eleição vitoriosa para o Palácio do Planalto.