Por Lisa Shumaker
(Reuters) - O número total de casos confirmados de coronavírus nos Estados Unidos ultrapassou 4 milhões nesta quinta-feira, refletindo uma rápida aceleração das infecções detectadas no país desde que o primeiro caso foi registrado em 21 de janeiro, mostrou uma contagem da Reuters.
O país levou 98 dias para chegar a 1 milhão de casos, mas apenas 16 dias se passaram entre o terceiro e o quarto milhões, segundo a contagem. O número médio de novos casos nos EUA agora está aumentando em mais de 2.600 a cada hora, a taxa mais alta do mundo.
À medida que a pandemia se espalhava amplamente pelo país, passando do epicentro inicial em Nova York para o sul e o oeste, autoridades federais, estaduais e locais entraram em conflito sobre como combatê-la, inclusive sobre como e quando aliviar as restrições sociais e econômicas decretadas para reduzir a taxa de infecção.
O uso de máscaras, prática comum no resto do mundo e recomendada pelos especialistas em saúde do governo federal norte-americano, tornou-se altamente politizado, com alguns governadores republicanos particularmente resistentes.
Contudo, a hostilidade à ideia tem diminuído nesta semana, inclusive por parte do presidente Donald Trump, um republicano, que no passado chamou o uso de máscaras de esforço para ser politicamente correto.
Trump, cuja popularidade tem caído nas pesquisas devido à gestão da crise sanitária antes da eleição de novembro, por muito tempo se recusou a usar uma máscara em público, mas nesta semana encorajou os norte-americanos a fazê-lo.
Nesta quinta-feira, a Flórida relatou um aumento recorde diário nas mortes por Covid-19, com 173 vidas perdidas, de acordo com o departamento de Saúde do Estado. O Alabama registrou um aumento recorde de casos pela quarta vez este mês.
Trump minimizou a pandemia em seus estágios iniciais e deixou em grande parte a cargo de Estados e municípios para coordenar as políticas para combater o vírus. A estratégia foi criticada por Joe Biden, o candidato democrata que vai concorrer contra o presidente na eleição de 3 de novembro.
Biden sentou-se com o ex-presidente Barack Obama, de quem foi vice-presidente, para uma conversa "com distanciamento social" divulgada no Twitter nesta quinta-feira.
"Você pode se imaginar quando era presidente dizendo: 'Não é minha responsabilidade?'", perguntou Biden a Obama, em referência a uma resposta de Trump dizendo: "Eu não assumo responsabilidade nenhuma", a uma pergunta sobre problemas com testes de coronavírus em março.
"Essas palavras não saíram de nossas bocas quando estávamos no cargo", respondeu Obama.
(Reportagem adicional de Doina Chiacu)