Por Dave Sherwood
HAVANA (Reuters) - Cuba informou na noite de quarta-feira que condenou mais de 100 manifestantes em Havana a penas entre 4 e 30 anos de prisão por episódios de violência cometidos durante manifestações que aconteceram em toda a ilha no ano passado, as maiores desde a revolução de Fidel Castro em 1959.
A Suprema Corte disse em nota que os condenados haviam "tentado subverter violentamente a ordem constitucional". A maioria deles é pobre, de bairros marginalizadas da capital Havana que foram um foco dos protestos em julho do ano passado.
A corte disse que os condenados haviam recebido ordens para realizar os protestos "de pessoas de Cuba e do exterior".
O governo cubano já acusou anteriormente os Estados Unidos de financiar e fomentar os protestos.
"Eles jogaram pedras e garrafas em várias autoridades, policiais, instalações da Polícia Nacional Revolucionária, carros de patrulha; eles viraram carros e motocicletas... e causaram ferimentos a outras pessoas e danos materiais sérios", afirma a nota.
Os protestos que aconteceram entre 11 e 12 de julho viram milhares de pessoas tomarem as ruas em vilas e cidades por todo o país. Muitos gritavam por "liberdade" enquanto marchavam, furiosos por conta da escassez de alimentos, medicamentos e eletricidade em um momento no qual os casos de coronavírus haviam disparado em Cuba.
Mais de 700 pessoas em Cuba foram acusadas de crimes em conexão com as manifestações, incluindo vandalismo, agressões contra pessoas ou propriedades, e desordem pública grave, afirmaram procuradores cubanos.
(Reportagem de Dave Sherwood e Reuters TV)