GENEBRA (Reuters) - O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde pediu aos países que alcancem um acordo para ajudar a combater futuras pandemias, à medida que as negociações se aproximam do prazo final neste mês.
O novo pacto e uma série de atualizações das regras existentes para lidar com pandemias têm o objetivo de reforçar as defesas do mundo contra novos patógenos depois que a pandemia de Covid-19 matou milhões de pessoas.
Os países deveriam finalizar as negociações sobre o acordo em 10 de maio, com o objetivo de adotá-lo na reunião anual da OMS no final deste mês, mas fontes envolvidas dizem que ainda há grandes diferenças.
"Deem às pessoas do mundo, às pessoas de seus países, às pessoas que vocês representam, um futuro mais seguro", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma reunião em Genebra.
"Portanto, tenho um pedido simples: por favor, façam isso por elas", afirmou. Ele incentivou os países que não concordaram totalmente com o texto a, pelo menos, não bloquearem o consenso entre os 194 Estados-membros da OMS.
Um dos principais pontos de discordância entre os países ricos e os países em desenvolvimento é a questão controversa do compartilhamento justo de medicamentos e vacinas para evitar a repetição dos fracassos da época da Covid.
Alguns políticos de direita em países como os Estados Unidos e a Austrália também criticaram o acordo, que seria juridicamente vinculante, argumentando que ele cede muito poder a uma agência da ONU.
Tedros refutou veementemente esse argumento, dizendo que o acordo ajudaria os países a se protegerem melhor contra surtos.
A única vez nos 75 anos de história da organização em que os países membros da OMS conseguiram concordar com um tratado juridicamente vinculante como o acordo sobre pandemia foi em 2003, para um tratado de controle do tabaco.
(Reportagem de Emma Farge)