(Reuters) - Forças dos Estados Unidos que ajudam a retirar afegãos desesperados para fugir do domínio do Taliban estavam em alerta para mais ataques nesta sexta-feira depois que um homem-bomba do Estado Islâmico matou ao menos 92 pessoas, incluindo 13 soldados norte-americanos, diante dos portões do aeroporto de Cabul.
A Casa Branca disse que os próximos dias da operação de saída, que já retirou mais de 100 mil pessoas do país nas últimas duas semanas, provavelmente serão os mais perigosos.
Parte da mídia norte-americana disse que é muito maior o número de mortos do ataque próximo dos portões do aeroporto, onde milhares de pessoas se reúnem para tentar entrar no local e embarcar em voos de retirada desde que o Taliban assumiu o controle do país em 15 de agosto.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse aos repórteres que os EUA creem que ainda há ameaças "específicas e críveis".
"Certamente estamos preparados, e esperaríamos tentativas futuras", disse Kirby, acrescentando: "Estamos monitorando estas ameaças, muito, muito especificamente, virtualmente em tempo real;"
EUA e forças aliadas estão correndo para finalizar a retirada de seus cidadãos e de afegãos vulnerais e para partir do Afeganistão até o prazo de 31 de agosto estabelecido pelo presidente Joe Biden.
O Estado Islâmico, um inimigo do Taliban islâmico e também do Ocidente, disse que um de seus homens-bomba visou "tradutores e colaboradores do Exército americano".
O Pentágono disse nesta sexta-feira que o ataque foi realizado por um homem-bomba, e não dois, como se pensou inicialmente.
O número de afegãos mortos subiu para 79, disse uma autoridade de um hospital à Reuters nesta sexta-feira, acrescentando que mais de 120 ficaram feridos. Uma autoridade do Taliban disse que a cifra inclui 28 de seus membros, mas um porta-voz do grupo negou mais tarde que qualquer um de seus combatentes vigiando o perímetro do aeroporto tenha sido morto.
Parte da mídia dos EUA, incluindo o jornal New York Times, citou autoridades de saúde segundo as quais até 170 pessoas morreram no ataque, sem incluir os militares norte-americanos.
(Das redações da Reuters)