WASHINGTON/SAN SALVADOR (Reuters) - Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira, novas sanções contra funcionários públicos e empresários da América Central acusados de possíveis atos de corrupção em seus países, em meio a uma cruzada empreendida pelo governo norte-americano contra desvios de recursos e abusos de direitos na região.
Com a medida, as autoridades norte-americanas querem congelar ativos e proibir a entrada nos EUA das pessoas apontadas e de seus familiares, sob a chamada Lei Magnitsky, que cancela vistos a indivíduos por casos de corrupção e violações de direitos humanos.
O Departamento do Tesouro mencionou Carolina Recinos, chefe de gabinete do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, por supostamente liderar um esquema de corrupção durante a pandemia de coronavírus e pelo desvio de pacotes alimentícios a candidatos do partido do governo, o Novas Ideias, durante a campanha para as eleições legislativas de fevereiro.
"Apontam 'supostas irregularidades' e com total impunidade e falsidade tentando manchar este projeto que pertence apenas ao povo salvadorenho", escreveu Recinos em sua conta no Twitter.
"Como sempre, submetida à lei e ao devido processo, ficará comprovado que isso é uma acusação política e não para combater a corrupção", acrescentou.
O Departamento do Tesouro dos EUA também sancionou o ex-diretor da área de Saúde do departamento de Santa Rosa, da Guatemala, Manuel Martínez, por participar de atividades de corrupção em benefício de empresas no início da pandemia do coronavírus.
"Os atos de corrupção tomam recursos dos cidadãos, minam a confiança pública e ameaçam o progresso dos que querem lutar pela democracia", disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen.
(Reportagem de Simon Lewis, em Washington, e Nelson Rentería, em San Salvador)