Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A rede de clínicas de medicina diagnóstica Fleury (SA:FLRY3) teve queda no lucro do primeiro trimestre, já acusando os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus, embora tenha alertado para grandes oportunidades de ganho de receita e de produtividade com a regulamentação da telemedicina.
A companhia anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 58,7 milhões de reais entre janeiro e março, queda de 36,6% ante mesma etapa de 2019. O resultado também veio abaixo da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de 72,65 milhões de reais para o período.
A receita líquida do período até cresceu 1,9% ano a ano, para 713,9 milhões de reais, mas em ritmo inferior ao das despesas operacionais, de 9,7%, para 78,9 milhões de reais.
Segundo o Fleury, as medidas de isolamento social provocaram queda abrupta da demanda, o que resultou em menor eficiência de custos e despesas fixas, com perda de eficiência.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) encolheu 16,7%, para 195,9 milhões de reais. A margem Ebitda diminuiu 6 pontos percentuais, para 27,4%.
Em contrapartida, a empresa afirmou que identificou grandes oportunidades de crescimento de serviços digitais, como a de telemedicina, que foi regulamentada para tratamento da Covid-19 e que a empresa avalia que será mantida após o final da crise de saúde.
"É um caminho sem volta. Em cerca de um mês somamos mais de 2 mil médicos cadastrados, oriundos de 24 Estados", afirmou a empresa no balanço.
Além disso, o Fleury iniciou em março o serviço de drive thru para testagem de RT-PCR e Sorologia, ambos para o diagnóstico da Covid-19 e que atualmente tem capacidade para 600 testes por dia.