NOVA YORK (Reuters) - O remédio contra malária louvado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e por seu colega brasileiro, Jair Bolsonaro, como tratamento contra a Covid-19 se mostrou ineficaz em pacientes com uma versão branda da doença, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Minnesota.
Cerca de 24% dos pacientes do estudo que receberam hidroxicloroquina tiveram sintomas persistentes ao longo de um período de 14 dias, e cerca de 30% do grupo que recebeu um placebo teve sintomas persistentes ao longo do mesmo período.
A diferença não é estatisticamente significativa, disseram os pesquisadores.
"A hidroxicloroquina não reduziu substancialmente a gravidade ou a prevalência dos sintomas ao longo do tempo em pessoas não-hospitalizadas com Covid-19 em estágio inicial", escreveram os pesquisadores em um artigo na publicação científica Annals of Internal Medicine.
O estudo aleatório com placebo foi realizado com 491 pacientes não-hospitalizados. Devido à escassez de exames nos EUA, só 58% dos participantes passaram por testes de detecção da doença.
O estudo "fornece indícios fortes de que a hidroxicloroquina não oferece nenhum benefício para pacientes com uma doença branda", disse o doutor Neil Schluger, do New York Medical College, em um editorial sobre o estudo também publicado nesta quinta-feira.
(Por Michael Erman)