Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A final da Copa América no sábado entre as seleções de Brasil e Argentina poderá receber até 10% da capacidade de público do Maracanã, disse nesta sexta-feira, véspera da decisão, a prefeitura do Rio de Janeiro.
Como a capacidade do estádio é para 65 mil pessoas, a decisão do torneio continental entre as duas seleções mais tradicionais da América do Sul poderá receber um público de até 6.500 torcedores.
De acordo com a prefeitura carioca, o público autorizado a estar presente no estádio será formado apenas por credenciados e convidados da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Eles terão que apresentar teste PCR negativo para a Covid-19. No entanto, não há proibição explícita de venda de ingressos, apesar de a decisão ter sido anunciada a menos de 24 horas do apito inicial da decisão, marcada para a noite de sábado.
No começo do ano, a Conmebol conseguiu a liberação de cerca de 5 mil convidados para a final da Copa Libertadores, também disputada no Maracanã. Houve aglomerações e pessoas sem máscara em um mesmo setor do estádio, o que levou o governo carioca a multar a entidade que comanda o futebol sul-americano.
Dessa vez, para tentar evitar a repetição dos problemas, a autorização prevê a liberação de até 10% da capacidade em todos os setores do estádio.
Segundo o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), a final da Copa América será uma espécie de "evento-teste" para a cidade.
"Na final da Libertadores, os 5 mil se concentraram num setor. Agora, 10% em cada setor do estádio, todos testados e convidados. Não deixa de ser também para nós um evento-teste. Olhamos para isso, e temos um decreto para liberar eventos mediante uma série de exigências, mas por enquanto nada muda para outros eventos", disse o prefeito em entrevista coletiva.
"Não recebi pressão nenhuma e não conheço ninguém da CBF e da Conmebol", garantiu. "Decidiram e me informaram. É evento importante, em que são testados e espaçados", acrescentou.
A seleção brasileira busca contra os arquirrivais argentinos o segundo título seguido da Copa América, após vencer o torneio de 2019 também disputado no Brasil.
Inicialmente, a competição seria organizada em conjunto por Argentina e Colômbia, mas os colombianos desistiram de sediar o torneio por causa das tensões sociais no país e a Argentina fez o mesmo alegando a situação da pandemia de Covid-19.
O governo brasileiro e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) então se dispuseram a receber a competição, apesar de o Brasil ter a segunda situação mais grave da pandemia no mundo, com um número de mortos --mais de 530 mil-- menor apenas que o dos Estados Unidos.