Por Jessie Pang
HONG KONG (Reuters) - O grupo pró-democracia que organiza a manifestação anual de 4 de junho de Hong Kong em lembrança dos mortos na repressão sangrenta na Praça da Paz Celestial da China em 1989 está sendo investigado pela polícia de segurança nacional pela suspeita de conluio com forças estrangeiras.
A polícia enviou uma carta à Aliança de Hong Kong em Apoio a Movimentos Patrióticos Democráticos na China solicitando informações sobre seus membros, finanças e atividades até 7 de setembro, de acordo com uma cópia que o grupo enviou a repórteres.
Cartas semelhantes foram enviadas a vários indivíduos e associações que são filiados à aliança, disse o grupo.
A polícia não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
As cartas acusaram a aliança de ser "um agente de forças estrangeiras". Não fornecer as informações até o prazo pode resultar em uma multa de 100 mil dólares de Hong Kong e seis meses de prisão, disse a carta.
Em julho, o grupo disse que dispensou membros da equipe para garantir sua segurança e que metade dos membros de seu comitê renunciou.
"É ridículo que a polícia tenha acusado a aliança de ser um agente de forças estrangeiras", disse sua vice-presidente, Chow Hang Tung, à Reuters. "(A aliança) não tem nada a ver com nenhum agente estrangeiro, nem recebeu qualquer instrução de países estrangeiros."
Os líderes da aliança, Albert Ho e Lee Cheuk-yan, já estão presos por causa de seus papeis em protestos antigoverno que abalaram a cidade em 2019.
A investigação surge dias depois de a Frente Civil de Direitos Humanos (CHRF), o grupo de Hong Kong que organiza a manifestação anual de 1º de julho e instigou milhares de pessoas a participarem de protestos de rua em 2019, se desintegrar depois de ser investigado pela polícia.