Por Liz Lee e Alessandro Diviggiano
PEQUIM (Reuters) - Pequim fechou parques, shoppings e museus nesta terça-feira, enquanto mais cidades chinesas retomaram os testes em massa para Covid-19, em meio a um aumento de casos que aprofundou a preocupação com a economia e diminuiu as esperanças de uma reabertura rápida.
A China relatou 28.127 novos casos transmitidos domesticamente na segunda-feira, aproximando-se do pico diário de abril, com infecções na cidade de Guangzhou, no sul, e em Chongqing, no sudoeste, respondendo por cerca de metade do total.
Em Pequim, os casos atingem novos recordes todos os dias, levando a pedidos do governo municipal para que mais moradores fiquem confinados e mostrem prova de um teste de Covid negativo, com não mais de 48 horas, para entrar em prédios públicos.
A onda de infecções está testando os ajustes recentes que a China fez em sua política de Covid-zero, com o objetivo de tornar as autoridades mais direcionadas nas medidas de repressão e afastá-las dos lockdowns e testes gerais que estrangularam a economia e frustraram os residentes quase três anos após a pandemia.
"Alguns de nossos amigos faliram e alguns perderam seus empregos", disse uma aposentada de Pequim de 50 anos de sobrenome Zhu.
“Não podemos fazer muitas atividades que pretendíamos fazer e é impossível viajar. Portanto, esperamos realmente que a pandemia termine o mais rápido possível”, disse ela.
Autoridades de saúde atribuíram mais duas mortes à Covid-19, depois de três no fim de semana, as primeiras na China desde maio.
Tianjin, perto de Pequim, tornou-se na terça-feira o mais recente local a solicitar testes em toda a cidade, após uma ordem semelhante em Shijiazhuang no domingo.
Mesmo após as diretrizes ajustadas, a China continua sendo uma exceção global com suas rígidas restrições contra Covid, incluindo fronteiras que permanecem quase fechadas.
Medidas mais rígidas em Pequim e em outros lugares, mesmo quando a China tenta evitar lockdown em toda a cidade como o que paralisou Xangai este ano, renovaram as preocupações dos investidores com a segunda maior economia do mundo, pesando sobre as ações e levando os analistas a reduzir as previsões para a demanda de petróleo da China no final do ano.