Por Daniel Leussink e Kiyoshi Takenaka
TÓQUIO (Reuters) - Ex-ministro das Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida desafiou o primeiro-ministro Yoshihide Suga nesta quinta-feira na disputa da liderança do partido governista, já que o premiê sofre com um índice de aprovação declinante antes da eleição geral.
Suga repetiu que pleiteará a reeleição na disputa de 29 de setembro para a presidência do Partido Liberal Democrata (PLD). Sanae Takaichi, ex-ministra de Assuntos Internos, também entrou no páreo.
O vencedor está virtualmente eleito como primeiro-ministro por causa da maioria do PLD na câmara baixa do Parlamento. O chefe da sigla precisa conduzi-la à eleição geral, que será relizada até 28 de novembro.
"O povo sente que suas vozes não estão chegando ao PLD", disse Kishida, de 64 anos, em uma coletiva de imprensa.
"Estou concorrendo... para mostrar que o PLD ouve o povo e que é um partido que oferece escolhas amplas, e para proteger a democracia de nossa nação", disse Kishida, acrescentando que buscará uma sociedade mais igualitária e diversificada.
Os desafiantes de Suga podem não lhe custar a liderança, opinou Hiroyuki Ueno, estrategista sênior da consultoria Sumitomo Mitsui Trust Asset Management. "Minha impressão é de que a maioria das pessoas nos mercados acredita que Suga vencerá, a menos que ele mesmo desista."
Não se espera que a coalizão liderada pelo PLD perca sua maioria na poderosa câmara baixa, mas previsões indicam que o partido de Suga poderia perder a maioria que sustenta sozinho, um resultado que enfraqueceria quem quer que lidere o PLD.
Suga, de 72 anos, tomou posse em setembro com uma aprovação de cerca de 70%, mas esta despencou para menos de 30% agora que o Japão enfrenta sua pior onda de infecções de Covid-19 e muitos dos parlamentares do PLD temem perder suas cadeiras.
O secretário-geral do PLD, Toshihiro Nikai, que foi crucial para a vitória de Suga no ano passado, disse na quarta-feira que ainda apoia o premiê.
A facção menor da sigla, liderada pelo ex-ministro Nobuteru Ishihara, também está se alinhando a Suga, relatou a agência de notícias Jiji.
Outros líderes do partido, incluindo o ex-premiê Shinzo Abe e o ministro das Finanças, Taro Aso, não comentam publicamente.
À diferença do ano passado, membros da base do PLD também votarão, e não somente os parlamentares da legenda, o que pode dificultar uma previsão sobre o desfecho da corrida.
(Reportagem adicional de Antoni Slodkowski, Linda Sieg e Hideyuki Sano)