PORTO, Portugal (Reuters) - A Comissão Europeia pediu nesta sexta-feira que os Estados Unidos e outros grandes produtores de vacinas contra a Covid-19 exportem os imunizantes que fabricam, como faz a União Europeia, em vez de falarem em quebra de patentes.
A chefe da comissão, Ursula von der Leyen, disse em entrevista coletiva durante uma cúpula de líderes da UE que as discussões sobre quebra de patente não produziriam uma única dose de vacina contra a Covid-19 no curto a médio prazo.
“Devemos estar abertos para liderar essa discussão. Mas quando liderarmos essa discussão, é preciso uma visão de 360 graus sobre isso, porque precisamos de vacinas agora para o mundo todo”, afirmou.
“A União Europeia é a única região continental ou democrática deste mundo que exporta em grande escala”, disse Von der Leyen.
Segundo ela, cerca de 50% da vacina contra o coronavírus produzida na Europa é exportada para quase 90 países, incluindo aqueles no programa Covax, apoiado pela Organização Mundial de Saúde.
“E convidamos todos aqueles que estão envolvidos no debate sobre renúncia aos direitos de propriedade intelectual a se unirem a nós e se comprometerem a exportar uma grande parte do que está sendo produzido naquela região”, afirmou.
Apenas o aumento da produção, a remoção das barreiras à exportação e o compartilhamento de vacinas podem ajudar a combater a pandemia de imediato, disse.
“Então, o que é necessário no curto e no médio prazo: primeiro o compartilhamento das vacinas. Segundo, exportar as vacinas que estão sendo produzidas. E terceiro é investir na ampliação da capacidade de fabricação das vacinas”.
Von der Leyen disse que a União Europeia iniciou seu mecanismo de compartilhamento de vacinas, citando como exemplo a entrega de 615.000 doses aos Bálcãs Ocidentais.
(Reportagem de Sabine Siebold e Jan Strupczewski)