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Via Varejo começa a reabrir lojas, prevê ganhar participação de mercado após coronavírus

Publicado 24.04.2020, 16:06
© Reuters. Unidade das Casas Bahia, da Via Varejo, em São Paulo (SP)
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Por Gabriela Mello

SÃO PAULO (Reuters) - A varejista de eletroeletrônicos Via Varejo (SA:VVAR3) já reabriu 170 das suas mais de mil lojas físicas fechadas por bloqueios ligados a coronavírus e já vê recuperação de vendas após uma queda de até 70% na receita, disseram executivos da empresa, citando ganhos de participação de mercado.

"Ainda é uma amostra pequena, mas estamos com um desempenho de vendas pré-Covid-19", afirmou o diretor presidente Roberto Fulcherberguer em transmissão ao vivo com a empresa de pesquisa Eleven Financial.

A Via Varejo, dona das redes PontoFrio e Casas Bahia, também impulsionou o comércio eletrônico nas últimas semanas, depois de colocar alguns vendedores para atender clientes em compras online por meio do WhatsApp durante a pandemia, disse ele, acrescentando que a ferramenta agora representa 20% de todas as vendas online.

"De uma hora para outra ficamos com mais de 20 mil vendedores em casa e em apenas quatro dias ativamos essa solução que agora está sendo usada por 7 mil vendedores com potencial para chegar a 10 mil", contou o executivo.

A Via Varejo espera ter a maioria de suas lojas reabertas ao longo de maio, segundo Fulcherberguer.

Em 15 de abril, a Reuters informou que a varejista buscava suspender o pagamento de aluguel de mais de mil lojas, além de adiar alguns pagamentos a fornecedores indiretos para economizar dinheiro em meio à pandemia.

O vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores, Orivaldo Padilha, observou que a companhia obteve isenção de aluguel de alguns proprietários, enquanto outros concordaram em descontos entre 60% e 80%.

"Com os shoppings é um pouco mais fácil, mas o judiciário está sendo sensível a esse assunto e os proprietários estão aceitando negociar", disse Padilha.

Quanto aos estoques, a Via Varejo atualmente possui cerca de 5 bilhões de reais em mercadorias e está trabalhando para reabastecer conforme necessário, afirmou Fulcherberguer, enfatizando que isso tem ajudado a empresa a ganhar participação de mercado tanto de redes tradicionais do varejo físico quanto de concorrentes puramente online.

"Items começam a faltar na concorrência puramente online e até fomos convidados para sermos vendedores no marketplace deles, o que não faz nenhum sentido para nós", relatou o executivo sem nomear as empresas.

Por ora, Fulcherberguer disse que não há pressão em termos de caixa, mas ressaltou que a Via Varejo pode avaliar uma capitalização se houver uma janela de oportunidade no futuro.

Ele também acrescentou que o plano de expansão da empresa para 2020 ainda é possível, já que a crise do coronavírus forçou a empresa a acelerar a maioria dos esforços de digitalização.

"Trocamos de app até o meio do ano e também faremos em breve mudanças no marketplace... Mesmo se o mercado (de varejo) encolher, sairemos com uma fatia muito maior desse bolo", disse Fulcherberguer.

© Reuters. Unidade das Casas Bahia, da Via Varejo, em São Paulo (SP)

As ações da Via Varejo caíam mais de 11% na sexta-feira, acompanhando a tendência geral do mercado, após o ministro da Justiça, Sergio Moro, ter pedido demissão, acusando o presidente Jair Bolsonaro de interferência política na Polícia Federal.

(Por Gabriela Mello)

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