A correlação entre o preço do Bitcoin e do S&P 500 voltou a ficar próxima em junho, retornando aos níveis vistos março. O novo movimento de alta veio após um período de correlação praticamente zero ao longo de maio.
Além disso, a medida da correlação de Pearson (LON:PSON) entre os retornos horários do SPX500USD (futuros S&P 500) e o par BTC/USD na Coinbase reforça isso. A correlação atual é de 0,31 – um valor baixo, mas estatisticamente significativo.
Em março, a correlação entre o Bitcoin e o S&P 500 chegou a superar 0,60. Esse foi o maior nível da correlação entre os dois ativos desde o surgimento do Bitcoin.
Durante maio, a correlação atingiu ficou próxima de 0, o que significa que não houve correlação. Isso é um contraste em relação a janeiro, quando o Bitcoin manifestou uma correlação negativa baixa, mas estatisticamente significativa.
Por outro lado, a correlação entre o S&P 500 e o Ouro também atingiu níveis históricos no final de março e no início de abril, mas o metal precioso não está correlacionado. A tendência recente da crescente correlação entre o S&P 500 e o Bitcoin não está presente entre o S&P 500 e o Gold, como indica o gráfico abaixo. O ouro tem se valorizado mais do que as ações do índice da bolsa, por sinal.
O mesmo acontece com a relação ouro e Bitcoin. Isso pode indicar que apesar do crescimento, os investidores institucionais ainda recorrem ao ouro como ativo de proteção.
Volatilidade em queda
Uma das causas no aumento da correlação entre o Bitcoin e o S&P 500 é a queda na volatilidade do criptoativo. O gráfico abaixo indica esse movimento de baixa no volume de opções negociadas nos últimos dias.
Essa queda tem se refletido no preço do Bitcoin. Tanto em dólares quanto em reais, as oscilações têm sido cada vez menores. Junho pode ser resumido como um mês bastante parado para o mercado.
Risco de segunda onda impulsiona ativos de proteção
Embora a pandemia de Covid-19 tenha arrefecido na Europa, ela não foi totalmente contida. Em países como os EUA, os temores de uma segunda onda de infecções tem aumentado. Em 22 estados, o número de casos voltou a crescer depois do fim do isolamento.
A ocorrência de uma segunda onda é temida por muitos economistas. Um novo aumento de casos pode levar a novos fechamentos de empresas. Isso, por sua vez, pode causar novas quedas nas bolsas de valores, impulsionando a busca por ativos de proteção.