As grandes baleias de Bitcoin (BTC) – termo dado aos investidores que possuem mais de 1.000 BTC – estão em frenética atividade. De acordo com a empresa de análise de dados Santiment, o número de transações na rede atingiu 20 mil em um único dia.
O mais relevante, no entanto, é o valor total das transações, que gira entre US$ 100 mil e US$ 1 milhão. Ou seja, os valores enviados podem chegar aos US$ 20 bilhões, ou cerca de R$ 100 bilhões na cotação atual.
De acordo com a Santiment, este foi o maior valor e maior número de transações realizados em um mês. O pico ocorreu justamente no contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia, com aumentos no uso do BTC em ambos os países.
O aumento de transações contribuiu inclusive para impulsionar o preço do BTC. Antes do conflito, a criptomoeda operava próximo aos US$ 34 mil, mas atingiu US$ 40 mil nesta segunda-feira (28). Em suma, uma valorização de 20% nos cinco dias que já se passaram das hostilidades.
“Os preços do Bitcoin estavam em US$ 34.700. Com as notícias de guerra de quinta-feira (24), as baleias fizeram algumas transações elevadas. Este tem sido a maior quantidade de transações de US$ 100 mil e US $ 1 milhão BTC desde 24 de janeiro, quando os preços saltaram + 15% na semana seguinte”.
Isso significa que os preços do BTC seguiram um padrão em ambos os casos. Logo após um aumento no número de transações, os preços subiram. Nesta segunda-feira (28), o BTC opera em alta de 4,65, cotado a US$ 40.862.
Mais BTC em circulação
Outro fator relevante no mercado, segundo a Santiment, é o aumento na circulação de BTC. A criptomoeda é tradicionalmente utilizada como reserva de valor, mas a situação mudou nos últimos dias. Conforme o gráfico abaixo, foram movimentados quase 69 mil BTC na última semana.
Este foi o maior valor movimentado em quase nove meses, o que aponta para uma polarização do conflito. Afinal, de um lado os ucranianos utilizam BTC para fugir com seu patrimônio, enquanto os russos buscam a criptomoeda para evitar a perda do valor do rublo por causa das sanções à Rússia.
“A circulação de Bitcoins atingiu o maior valor nove meses, revelando como os traders ficaram polarizados com a guerra. Este pico de circulação foi semelhante ao de 12 março de 2020, onde os traders venderam fortemente durante a queda”, diz a Santiment.
Cabe lembrar que em 12 de março de 2020 ocorreu o Coronacrash, despertado pelos temores em relação à pandemia de Covid-19. Naquele dia, o BTC perdeu quase 50% de seu valor e caiu de US$ 6 mil para US$ 3.200.
E o movimento também se estende para as altcoins, que estão se recuperando da incerteza inicial causada pela guerra. Plataformas como Fantom, AAVE e Gala Games já começam a ter uma recuperação mais significativa.