CriptoFácil - No fim de semana, a exchange Binance anunciou que o Signature Bank, banco parceiro da exchange, não deveria mais processar transações menores que US$ 100 mil. Ou seja, quem utiliza a exchange para movimentar pequenos valores não poderão depositar mais dinheiro.
Por conta disso, muitos investidores especularam de que o sistema Swift estaria limitando operações de criptomoedas. No entanto, a medida partiu do próprio Signature, que está procurando limitar sua exposição a ativos digitais.
Essa estratégia ocorre no momento em que o setor de criptomoedas enfrenta problemas sistêmicos. Nesse sentido, o Silvergate Bank, focado em criptomoedas, relatou recentemente uma perda líquida de US$ 1 bilhão.
Por outro lado, o banco de criptomoedas Moonstone também anunciou uma saída do mercado de criptomoedas. No caso do Signature, a limitação de valores começa a valer a partir do dia 1 de fevereiro, de acordo com a decisão oficial do banco.
Swift contra cripto?
À medida que o escrutínio regulatório e os desafios operacionais no espaço continuam a crescer, os bancos estão se distanciando ainda mais das criptomoedas.
“Um de nossos parceiros bancários fiduciários, o Signature Bank, informou que não oferecerá mais suporte a nenhum de seus clientes de câmbio criptográfico com valores de compra e venda inferiores a US$ 100.000 a partir de 1º de fevereiro de 2023″, disse a exchange.
Como resultado, alguns usuários individuais podem não conseguir usar transferências bancárias SWIFT para comprar ou vender cripto com/para USD para valores inferiores a 100.000 USD. No entanto, a Binance também observou que nenhum outro parceiro bancário foi afetado.
Por outro lado, a exchange ressaltou que somente 0,01% dos usuários mensais médios da empresa são atendidos pelo Signature. Dessa forma, a limitação não deve afetar uma grande parcela dos clientes, embora surja como um precedente perigoso.
A exchange de criptomoedas também observou que está “trabalhando ativamente para encontrar uma solução alternativa”.
Signature Bank se afasta das criptomoedas
No mês passado, o Signature Bank, com sede em Nova York, anunciou que pretende se livrar de quase US$ 10 bilhões em depósitos de clientes. A maioria desse valor corresponde a depósitos ligados a criptomoedas, o que justifica a decisão de impor limites.
Em meio à explosão do FTX, o Signature Bank está conduzindo uma retração generalizada do mercado, mas é uma postura unilateral. Ao contrário do que se especulou, não foi o sistema Swift que cortou acesso aos clientes da Binance.
O regulador federal dos EUA – Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) – também alertou as instituições bancárias sobre sua exposição a ativos digitais. É claro que os temores de contágio nas criptomoedas agora estão atingindo as instituições bancárias tradicionais.