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Por Tom Sims e Tommy Reggiori Wilkes e Valentina Za
FRANKFURT (Reuters) - Um consórcio de nove bancos europeus, incluindo os pesos pesados ING e UniCredit, disse nesta quinta-feira que estão formando uma nova empresa para lançar uma stablecoin denominada em euros, uma medida que eles esperam que ajude a combater o domínio dos EUA no mercado digital.
Várias das principais empresas financeiras dos EUA estão se preparando para lançar seus próprios tokens de criptomoedas lastreados em dólares, depois que o presidente Donald Trump assinou uma lei com regras para stablecoins, o que pode consolidar ainda mais a hegemonia norte-americana.
O uso de stablecoins -- projetadas para manter um valor constante e lastreadas em moedas tradicionais -- explodiu nos últimos anos, principalmente entre traders de criptomoedas que transferem fundos de e para tokens mais voláteis. No entanto, elas também são usadas em pagamentos digitais tradicionais e transações internacionais.
A nova empresa dos bancos europeus, sediada em Amsterdã, deve lançar sua stablecoin no segundo semestre do ano que vem.
DOMÍNIO DAS STABLECOINS NOS EUA
Enquanto a emissão global de stablecoins chega a quase US$300 bilhões, as stablecoins denominadas em euros totalizaram apenas US$620 milhões, de acordo com números divulgados na semana passada pelo Banco da Itália, com os tokens atrelados ao dólar predominando de forma esmagadora.
"A iniciativa fornecerá uma alternativa europeia real ao mercado de stablecoins dominado pelos EUA, contribuindo para a autonomia estratégica da Europa em pagamentos", disseram os bancos.
As instituições lançaram o esforço, que, segundo elas, criará um token que pode ser usado para pagamentos e liquidações rápidos e de baixo custo, mesmo com o Banco Central Europeu expressando ceticismo em relação às stablecoins.
Em junho, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse aos formuladores de políticas da Europa que as stablecoins emitidas de forma privada representavam riscos para a política monetária e a estabilidade financeira. Como alternativa mais segura, ela instou os legisladores europeus a apresentarem leis que apoiem o lançamento de uma versão digital da moeda única da UE.
Alguns bancos comerciais, no entanto, resistiram à introdução de um euro digital, temendo que isso esvaziasse seus cofres, já que os clientes poderiam transferir dinheiro dos bancos para a segurança de uma carteira garantida pelo BCE.
EUROPA SOB PRESSÃO
Além do ING e do UniCredit, os outros bancos participantes da nova empresa incluem o Banca Sella, o KBC, o DekaBank, o Banco Danske, o SEB, o Caixabank e o Raiffeisen Bank International.
Eles disseram que outros poderiam se juntar à iniciativa e que um presidente-executivo para a empresa seria nomeado em breve.
Um relatório recente do Deutsche Bank destacou que as economias de mercados emergentes, em particular, estão adotando stablecoins baseadas em dólar para substituir depósitos e dinheiro locais.
"Isso criou um dilema monetário global: os países devem adotar stablecoins ou correr o risco de ficar para trás. A Europa está sob pressão especial", diz o relatório.
Braço criptográfico do Société Générale, o SG-FORGE lançou uma stablecoin baseada em euros em 2023, embora não tenha sido amplamente adotada, com apenas 56,2 milhões de euros (US$66 milhões) em circulação, de acordo com seu site. O banco francês também lançou uma stablecoin em dólares no início deste ano, com circulação de apenas US$32,25 milhões.
O Bank of America e o Citigroup estão entre os bancos norte-americanos que têm considerado a emissão de suas próprias stablecoins. Poucos bancos, no entanto, realmente lançaram uma, e o setor continua dominado por players não bancários, como o Tether e o Circle.
(Reportagem de Tom Sims, Tommy Reggiori Wilkes e Valentina Za; reportagem adicional de Mateusz Rabiega e Jesus Aguado)