O Bitcoin ultrapassou a marca dos US$ 20 mil nesta quarta-feira (26), encerrando seu período mais longo abaixo desse nível desde 2020. A maior criptomoeda do mercado subiu mais de 5% nas últimas 24 horas, registrando o maior ganho da moeda desde o dia 27 de setembro. De acordo com a CoinGecko, o preço atual do BTC é de R$ 109.156, valor mais alto das últimas 3 semanas.
Outros ativos digitais também seguiram os rastros de tendência do Bitcoin, com picos de ganhos. O preço do Ethereum chegou a subir 11,8% nas últimas 24 horas, negociado por R$ 8.081. Este é o preço mais alto registrado pelo ETH no último mês.
A nova onda de alta, no entanto, nada tem a ver com um novo fortalecimento do dólar. A moeda norte-americana em relação ao real permaneceu relativamente estável, subindo somente 0,3% no último fechamento e sendo negociado por volta de R$ 5,30.
Apesar dos ganhos, o Bitcoin ainda permanece em queda de preços acumulado no ano, à medida que os bancos centrais aumentam as taxas de juros para conter o aumento da inflação. O token perdeu cerca de 60% de seu valor desde o último registro de ATH, no último dia 20 de outubro de 2021.
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Preço das principais criptomoedas hoje
Além dos ganhos do Bitcoin e do ETH, as altcoins que ocupam os principais lugares entre as economias cripto também tiveram seus ganhos. A BNB, moeda emitida pela Binance, chegou a subir cerca de 5% nas últimas 24 horas, para R$ 1.527.
Ainda de acordo com a CoinGecko, as moedas Cardano (ADA), Solana (SOL) e Dogecoin (DOGE) subiram entre 9% e 13%. Enquanto isso, Polygon (MATIC) e Polkadot (DOT) subiram 6,6% e 7,9%, respectivamente. A menor alta entre as principais do mercado foi registrado pela XRP, com apenas 3,4%.
Economia impulsiona criptomoedas
O mercado de ações dos Estados Unidos também subiu na última terça-feira, com os investidores avaliando os resultados corporativos mistos e ponderando os riscos para o crescimento econômico. Os novos dados revelaram queda na confiança do consumidor americano, um sinal claro de desaceleração de gastos em meio a temores de recessão e aumentos agressivos das taxas de juros.
A forte correlação do Bitcoin com ativos de risco, como ações de tecnologia, afetou as esperanças de que o Bitcoin serviria como proteção contra a inflação. A moeda foi negociada emparelhada com as ações dos EUA durante grande parte do ano.
Na última terça-feira, o índice S&P 500 subiu 1,6%. Um coeficiente de correlação de 60 dias para Bitcoin e contratos no S&P 500 ficou em torno de 0,63. (Um coeficiente de 1 significa que os ativos estão se movendo em sincronia, enquanto menos-1 mostraria que eles estão se movendo em direções opostas).
No Brasil, a instabilidade política e a falta de segurança nos projetos econômicos implementados em 2022 impacta fortemente no câmbio de moedas. O aumento da volatilidade tem relação direta com o cenário eleitoral e poderá refletir também para o próximo mês.
Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, se reunirá nesta quarta-feira para uma nova decisão sobre as taxas de juros no país. A taxa básica de juros permaneceu em 13,75% no mês passado, interrompendo o maior ciclo de alta dos últimos anos. A expectativa é da manutenção da taxa, que afeta créditos e rendimento de aplicações.