Investing.com – Investidores de criptoativos anseiam pelo halving (redução pela metade em partes iguais) do Bitcoin no dia 19 de abril com a expectativa de que a medida seja um gatilho para a moeda digital e também para outros ativos. O fenômeno ocorre aproximadamente a cada quatro anos e a visão de analistas é de que, com tendência de queda na oferta, o valor da moeda deve ser elevado.
“O halving por si só, diferente do que muitos pensam, é um evento com muita realização de lucro por parte dos investidores, que costumam vender suas posições próximo dessa data e derrubar o preço em mais de 35%”, destaca Fernando Pereira, analista da Bitget.
“Dessa vez temos um estímulo a mais para saída desse dinheiro do BTC, os conflitos entre Israel x Palestina que trazem muita volatilidade para o mercado. Espero ver o BTC abaixo de 60 mil dólares nas próximas semanas, e altcoins caindo duas vezes mais”, estima Pereira.
Apesar das especulações sobre uma correção na criptomoeda, Taiamã Demaman, líder de research da Coinext, avalia ainda haver margem para aumento, “mesmo diante da pressão de mineradores e de um período de flutuações e estagnação que durou cerca de dois meses, tocando em suportes”.
Como o halving afeta a oferta de Bitcoins?
O halving reduz pela metade a recompensa pela mineração da principal criptomoeda do mercado a cada 210.000 blocos, ou cerca de quatro anos, com mecanismo desenhado desde a concepção do Bitcoin por Satoshi Nakamoto, o criador e primeiro usuário do protocolo.
O terceiro e último halving ocorreu no dia 11 de maio de 2020. “Após o primeiro halving, em 2012, o preço do bitcoin experimentou um aumento significativo, saltando de cerca de US$12 para mais de US$1.100 em 2013”, recorda o Mercado Bitcoin em relatório.
Os eventos de valorização destacam o papel do halving como um gatilho para fases de alta para o criptoativo, ainda conforme o MB. “Da mesma forma, o segundo halving em 2016 viu o preço subir de cerca de US$650 para quase US$20.000 no final de 2017. O terceiro halving, em 2020, não foi exceção, com o preço do bitcoin aumentando de aproximadamente US$8.500 para um pico histórico de quase US$64.000 em abril de 2021”, completa.
Para que a moeda seja preservada, a remuneração pera validação das transações é cortada desta forma. O processo de mineração exige computadores potentes, com uso intensivo de energia e de dados. Como a rede depende da mineração, os players precisam estar motivados, segundo o MB.
Assim, mineradores tendem a desativar equipamentos que não são mais lucrativos, levando à queda do Hashrate, que mede a capacidade de processamento de uma rede de blockchain, ao apontar a quantidade de operações de hash por segundo. “Tal situação tende a causar quedas temporárias no valor do ativo, uma vez que os mineradores vendam seus bitcoins para investir em novos equipamentos”, destaca Demaman.
Demaman afirma que após a redução na média de mineração no curto prazo, as médias tendem a convergir novamente em um período médio de 53 dias, “sinalizando o fim provável da pressão vendedora por parte dos mineradores”. Assim, o preço do Bitcoin tende a subir nos 365 dias seguintes ao halving na comparação anual. “Isso significa que, apesar de um aumento de, 113%, o período após o halving geralmente tem um impacto mais significativo no preço do ativo, elevando o valor da moeda para além dos cem mil dólares por unidade”, acredita.
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