Benoît Cœuré, chefe do Centro de Inovação do Banco de Compensações Internacionais (BIS), disse no final da semana passado que a pandemia de Covid-19 colocou a conversa global em torno das moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) “em um foco ainda maior”.
Esses comentários foram apresentados durante um webinar promovido pela Accenture, pela Câmara de Comércio Digital e pelo Comitê de Reinvenção de Bretton Woods, realizado em 17 de abril, cujo resumo pode ser visto no site do BIS. Cœuré abordou duas áreas (“resiliência e tecnologia”) que ele espera que sejam relevantes no mundo pós-Covid-19, a partir de uma perspectiva de banco central e pagamentos.
Durante seu comentário, Cœuré observou que “a crise expôs o valor das tecnologias que permitem à economia operar à distância e superar parcialmente o distanciamento social. Tais mudanças drásticas nos padrões de trabalho e consumo, como a dramática mudança nas compras online, irão ter um impacto duradouro nas relações econômicas “.
“A discussão atual sobre CBDC também entra em foco. Se a Covid-19 acelerará o fim do dinheiro em espécie é uma questão que ainda está em aberto. Mas (a pandemia) já destaca o valor de ter acesso a diversos meios de pagamento e a necessidade de qualquer meio de pagamento resiliente a uma ampla gama de ameaças”, completou, dizendo que “a Covid-19 acelerará a transição digital além dos pagamentos.”
Essa não foi a primeira manifestação do BIS a respeito de meios de pagamentos digitais. Conforme relatou o CriptoFácil no início do mês, um boletim do BIS sugeriu que a pandemia pode levar a uma mudança nos hábitos de pagamento, dada a preocupação de que as notas de papel possam servir como vetor de infecção para o coronavírus.