Por Gertrude Chavez-Dreyfuss
NOVA YORK (Reuters) - Perdas com roubos, hacks e fraudes em finanças descentralizadas, ou "DeFi", segmento no setor de criptomoedas, atingiram um recorde nos primeiros sete meses do ano, mostrou uma pesquisa da empresa CipherTrace nesta terça-feira.
Os aplicativos DeFi, muitos executados no blockchain Ethereum, são plataformas financeiras que permitem empréstimos denominados em criptomoedas e realizados fora dos bancos tradicionais. O setor DeFi registrou perdas recordes de 474 milhões de dólares entre janeiro a julho.
"Não deveria ser uma surpresa que, à medida que o ecossistema DeFi se expande, o mesmo ocorre com os crimes", disse Dave Jevans, presidente da CipherTrace.
O valor bloqueado - o total de empréstimos nas plataformas DeFi - era de 80,4 bilhões de dólares na segunda-feira, abaixo dos 86 bilhões em meados de maio, mostraram os dados, mais de 600% em relação aos 11 bilhões em outubro do ano passado.
Existem dois tipos de crimes DeFi: o hack de um protocolo DeFi por estranhos, ou um "tapete puxado", disse a CipherTrace. Um tapete puxado é quando os desenvolvedores abandonam um projeto e fogem com o dinheiro dos investidores.
A maior parte dos crimes DeFi neste ano parecem ter sido conduzidos por hacks, e somaram 361 milhões de dólares, ou 76% do total. Os 24% restantes são relacionados aos "tapetes puxados".
Na sexta-feira passada, a SEC anunciou que acusou a financeira Blockchain Credit Partners e dois de seus principais executivos de levantarem 30 milhões de dólares por meio de ofertas fraudulentas. O caso marcou o primeiro envolvimento da SEC no segmento DeFi.
Apesar da alta nos crimes DeFi, as perdas com o crime no mercado geral de criptomoedas caíram drasticamente para 681 milhões de dólares no fim de julho, ante 1,9 bilhão em todo o ano de 2020 e 4,5 bilhões em 2019.
A queda refletiu a maturidade crescente do setor e a melhor infraestrutura de segurança, segundo a pesquisa.