Vendas no varejo do Brasil frustram expectativas e recuam pelo 3º mês seguido em junho

Publicado 13.08.2025, 09:03
Atualizado 13.08.2025, 09:56
© Reuters. Centro do Rio de Janeiron10/09/2020. REUTERS/Ricardo Moraes

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro frustraram as expectativas e encerraram o segundo trimestre com queda em junho pelo terceiro mês seguido, em uma acomodação após terem mostrado força no início do ano e reforçando as perspectivas de um arrefecimento da atividade.

Em junho, as vendas tiveram recuo de 0,1% na comparação com o mês anterior, contra expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,7% e após quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril.

O resultado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou ainda que, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve alta de 0,3% nas vendas, contra expectativa de avanço de 2,4%.

Com isso, as vendas varejistas encerraram o segundo trimestre com alta de 0,1% sobre os três meses anteriores, desacelerando ante os ganhos de 0,7% no primeiro trimestre, segundo o IBGE.

A expectativa entre analistas é de desaceleração gradual no ritmo do comércio ao longo do ano sob o impacto do aperto monetário realizado pelo Banco Central, que começa a aparecer de forma mais clara e afeta o crédito. A taxa básica de juros Selic está atualmente em 15% e o BC já indicou que ela seguirá em patamar elevado por tempo prolongado.

"Vão se avolumando os sinais de desaceleração da atividade, com destaque para a fraqueza do comércio, que acumula três meses consecutivos de queda e já mostra recuos em segmentos antes resilientes", afirmou Leonardo Costa, economista do ASA.

Por outro lado, ainda sustentam o consumo um mercado de trabalho aquecido com massa salarial robusta, enquanto pesam as incertezas provocadas pela tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras que entraram em vigor neste mês.

"O que ainda há de positivo para o comércio é o crescimento e melhora do mercado de trabalho com mais ocupação, mais renda e avanço da massa salarial. Isso ajuda no poder de compra", disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa no IBGE.

"Os efeitos no varejo do tarifaço são esperados. Temos que ver como vão se dar os impactos. É um fator complexo e temos que esperar o que vai ocorrer na prática, porque podem surgir variáveis que não estão sendo contempladas agora", completou.

Entre as oito atividades na pesquisa do IBGE sobre o varejo, cinco apresentaram perdas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,7%); Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%); Móveis e eletrodomésticos (-1,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,9%); e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,5%).

Apresentaram resultados positivos em junho Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%), Tecidos, vestuário e calçados (0,5%) e Combustíveis e lubrificantes (0,3%).

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças; material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 2,5% em junho sobre o mês anterior.

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