Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Investing.com – A recente valorização no mercado de criptomoedas gerou muitas questões. O motivo parece relativamente claro: o ambiente macroeconômico começa a melhorar gradualmente, e os investidores estão cada vez mais atentos aos catalisadores positivos acumulados nos últimos meses. Entre os fatores, destaca-se o afrouxamento das restrições do Federal Reserve sobre a exposição de bancos a ativos digitais. Um contexto mais benigno começa, finalmente, a se refletir de forma concreta no mercado de criptoativos.
O principal fator macroeconômico no radar esta semana são as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, especialmente em relação às tarifas. A postura de Donald Trump, sinalizando uma abordagem mais moderada, trouxe alívio aos mercados, com reflexos positivos sobre as criptomoedas.
Embora os acordos ainda não tenham sido formalizados, a expectativa de redução nas tensões tarifárias representa um forte catalisador para ativos de maior risco, como o Bitcoin e outros criptoativos. No entanto, permanece o risco de uma mudança abrupta de posicionamento por parte da administração Trump, o que poderia inverter rapidamente essa dinâmica.
Cessar-fogo temporário na Ucrânia melhora o sentimento de mercado
Em paralelo, os avanços nas negociações para uma trégua temporária entre Rússia e Ucrânia também ajudaram a melhorar o clima nos mercados. Embora a situação ainda seja instável, o cessar-fogo negociado próximo ao feriado da Páscoa trouxe um respiro, fortalecendo a confiança dos investidores, fator que, de forma indireta, também favorece as criptomoedas.
No curto prazo, a estabilidade geopolítica é um elemento crucial, levando investidores a buscar alternativas como o Bitcoin, que alguns veem como proteção em ambientes de incerteza.
Queda do petróleo e impactos sobre a inflação
Outro elemento relevante esta semana é a continuidade da queda dos preços do petróleo. O aumento da produção pela Opep, combinado à demanda relativamente estável, pressionou as cotações para baixo. Esta dinâmica é crucial, pois contribui para a desaceleração da inflação, reforçando a possibilidade de uma postura mais flexível do Federal Reserve.
Com uma inflação mais controlada e sinais de distensão comercial, cresce a expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, cenário que tende a beneficiar as criptomoedas, especialmente se a tendência de queda do petróleo se mantiver.
PCE de março e dados de emprego no radar
Entre os dados mais aguardados desta semana estão o índice PCE de março e o relatório do mercado de trabalho de abril. Caso o PCE venha abaixo das expectativas, poderá fortalecer a visão de que o Fed se aproximaria de um ciclo de afrouxamento monetário. Além disso, a previsão de leve alta no desemprego, a ser confirmada na sexta-feira, adiciona mais pressão nesse sentido.
Os mercados estarão atentos a esses indicadores, que serão fundamentais para balizar as expectativas quanto às próximas ações do Fed. Um cenário de desaquecimento econômico moderado, combinado à redução das tensões comerciais, pode dar novo fôlego às criptomoedas.
Decisão crucial de Trump no horizonte
O elemento-chave para o próximo movimento dos mercados, incluindo os criptoativos, será a conclusão dos acordos comerciais entre Estados Unidos e China. Mudanças efetivas nas tarifas ou anúncios inesperados podem provocar impactos significativos. Com a proximidade da reunião do Fed em 7 de maio e a divulgação dos dados de emprego, o espaço para surpresas é limitado.
Em suma, embora as criptomoedas estejam se beneficiando de um ambiente macroeconômico mais favorável, a volatilidade ainda é elevada. Os investidores devem monitorar atentamente as negociações tarifárias, as discussões sobre cessar-fogo e os indicadores de inflação, pois são os fatores que moldarão a trajetória dos criptoativos nesta semana. Caso os dados econômicos continuem a surpreender positivamente, a tendência de alta das criptomoedas poderá se consolidar. Ainda assim, a ausência de maior clareza sobre tarifas ou sobre o futuro da política monetária manterá os mercados em postura de cautela.