A empresa de pesquisa financeira forense Hindenburg Research anunciou uma recompensa de até US$ 1.000.000 para qualquer denunciante que revelar detalhes exclusivos sobre as reservas do USDT.
A Tether, emissora da moeda digital estável, está frequentemente envolvida em polêmicas relacionadas ao lastro da stablecoin cujo valor de mercado passa de US$ 69 bilhões.
De acordo com o anúncio, a empresa questiona a legitimidade das reservas da Tether devido à falta de transparência:
“Acreditamos fortemente que a Tether deve divulgar total e completamente suas participações ao público. Na ausência dessa divulgação, estamos oferecendo uma recompensa de US$ 1.000.000 a qualquer um que possa nos fornecer detalhes exclusivos sobre as supostas reservas de Tether”, disse o fundador da Hindenburg Research, Nathan Anderson.
Recompensa de US$ 1 milhão
Em particular, a Hindenburg Research duvida que a Tether mantenha suas reservas em papéis comerciais. Afinal, os grandes balcões de negociação afirmam que “nunca trabalharam com eles ou os viram no mercado”.
Até hoje, a Tether reluta em dar transparência ao público sobre suas participações, enfatizou a empresa:
“Tether é a base fundamental do mercado de criptomoedas de multitrilhões de dólares. No entanto, apesar das repetidas reivindicações de transparência, suas divulgações têm sido opacas. A empresa afirma deter uma parte significativa de suas reservas em papel comercial. Mas não divulgou praticamente nada sobre suas contrapartes.”
Nesse sentido, a empresa afirmou que a iniciativa busca ajudar a aumentar o conhecimento do público sobre o que acredita ser uma ameaça crescente aos investidores.
Dessa forma, está incentivando a divulgação relacionada a uma parte crucial dos mercados de criptoativos, que estão se aproximando de um tamanho “sistêmico”.
Lastro do USDT
No início deste ano, conforme noticiado pelo CriptoFácil, a Tether revelou um relatório de garantia conduzido pela empresa de auditoria caribenha More Cayman. O documento revelou que menos de 3% do lastro do USDT está em dinheiro.
Além disso, o levantamento mostra que cerca de 76% do lastro é composto por “dinheiro e equivalentes”. Ou seja, a quantia nem sequer é preenchida por dólares como tinha afirmado a empresa anteriormente.
Outros 12,55% das reservas são de empréstimos garantidos que são emitidos pela Tether. Há ainda 9,96% de títulos corporativos, fundos e metais preciosos e 1,64% de investimentos em “tokens digitais”.
Os problemas com o lastro da stablecoin chamou a atenção até mesmo do presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), Gary Gensler. Em setembro, ele disse que as criptomoedas estáveis eram, na verdade, “fichas de pôquer”.