Déficit primário do governo central fica abaixo do esperado em agosto com reforço de dividendos
- A perspectiva para o ouro segue positiva com a demanda de bancos centrais.
- Os dados do mercado de trabalho dos EUA serão o principal foco.
- O forte momentum mantém os vendedores afastados.
A correção do ouro foi novamente breve. A queda no meio da semana logo se inverteu, apesar de o dólar americano ter encontrado algum suporte em dados econômicos mais fortes do que o esperado. Na sexta-feira, a onça havia fechado próxima de US$ 3.760, antes de romper de forma decisiva a marca de US$ 3.800 nas primeiras negociações desta segunda-feira. A questão agora é se conseguirá se manter nesses patamares ou se veremos realização de lucros antes da divulgação dos dados de emprego nos EUA nesta semana.
Expectativas de cortes do Fed em foco
O ajuste leve nas apostas para dois cortes adicionais de juros do Fed neste ano pouco afetou a narrativa altista. A valorização do ouro antecede em muito a guinada do banco central para uma política mais acomodatícia e continua sustentada por fatores estruturais. O PCE da semana passada veio em linha com as projeções e não trouxe impacto relevante.
O metal segue apoiado pela demanda contínua de bancos centrais, por preocupações com a dívida americana e pelo caráter persistente da inflação. Esses elementos, somados ao interesse especulativo, mantêm o mercado bem sustentado. Ainda assim, os próximos dias podem ser decisivos.
Caso os próximos indicadores reduzam as apostas em corte de juros em dezembro, o dólar pode encontrar suporte mais consistente, limitando o fôlego do ouro. Por outro lado, se os dados do mercado de trabalho reforçarem sinais de desaquecimento, isso deve pressionar o dólar e favorecer o ouro.
Por que o ouro vem subindo
O rali recente do ouro tem sido expressivo. Somente neste mês, o metal acumula alta de 10%.
A compra de reservas por bancos centrais segue como principal pilar. Segundo o World Gold Council, a maioria das autoridades monetárias planeja ampliar reservas neste ano, sem perspectiva de vendas, mesmo diante de preços recordes. Com tensões geopolíticas na Europa, no Oriente Médio e nas relações entre EUA e China, o ouro é cada vez mais visto como hedge estratégico. Quase três quartos dos bancos centrais também projetam queda na participação do dólar em reservas, com o ouro ocupando naturalmente esse espaço.
A desvalorização do dólar americano foi outro vetor importante. Os cortes de juros do Fed e o movimento de desdolarização global reforçaram a demanda. Para investidores fora da área do dólar, o metal raramente esteve tão atraente. Os cortes de juros reduziram os rendimentos e ampliaram o apelo de ativos que não pagam juros, como o ouro.
Além disso, o embate político entre Washington e o Fed, que levanta dúvidas sobre a independência da política monetária, acelerou a busca pelo metal como forma de proteção contra possíveis erros de condução.
Dados de emprego dos EUA em evidência
A atenção agora se volta a uma agenda carregada de indicadores do mercado de trabalho americano. Entre eles estão abertura de vagas (JOLTS), ADP de emprego privado, pesquisa ISM e o payroll oficial. Esses dados devem ditar a direção de curto prazo do ouro. Como o dólar recuou nos últimos dias, será preciso uma sequência de números mais fracos para mantê-lo pressionado. Leituras fortes poderiam levar a fechamento de posições vendidas no dólar, o que indiretamente pesaria sobre o ouro.
Entre os destaques, JOLTS (terça-feira) e payroll (sexta-feira) ganham mais relevância. As declarações recentes de Powell, de que não há “caminho livre de riscos” na definição de juros, deixaram os mercados sem clareza sobre os próximos passos do Fed. Se os números de emprego vierem novamente abaixo do esperado, cresce a chance de novos cortes. Mais uma surpresa negativa no payroll pode servir como catalisador para novas altas no ouro.
Análise técnica e níveis de atenção
O rompimento acima de US$ 3.800 durante a madrugada foi mais um marco psicológico relevante. A dúvida agora é se o metal conseguirá se firmar nesse patamar e avançar em direção a US$ 3.900 ou até US$ 4.000 nas próximas sessões. Os suportes imediatos estão em US$ 3.790, US$ 3.783, US$ 3.760 e depois em US$ 3.700. Por se tratar de uma região sem precedentes, as resistências ficam mais difusas, concentrando-se em números redondos e extensões de Fibonacci, potenciais pontos de realização de lucros.
Do ponto de vista técnico, o impulso segue esticado, com o IFR em níveis de sobrecompra em diversos prazos. Ainda assim, isso não configura sinal imediato de venda, mas sim evidencia a força da tendência. Dessa forma, até que o preço desenhe um padrão claro de reversão, a estratégia predominante continua sendo aproveitar correções para novas entradas.
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