Para a maioria dos bitcoiners, não há como os governos fazerem algo para conter a revolução do Bitcoin (BTC). No entanto, o magnata da mineração Frank Giustra pensa o oposto, conforme falou em uma entrevista recente. Giustra afirma que o establishment político global pode tentar fazer um movimento para destruir o BTC.
O empresário canadense fez suas declarações durante uma entrevista com Daniela Cambone, da Stansberry Research. A entrevista faz parte de uma série de quatro previsões feitas por Giustra, e desta vez o bilionário fala da mineração de BTC.
De acordo com Giustra, as principais autoridades do mundo provavelmente planejam criar sua própria jurisdição em blockchain e provavelmente não querem o Bitcoin como concorrência. Ou seja, eles deverão fazer algum movimento para limitar ou proibir o uso da tecnologia.
Nesse sentido, outros investidores colocam as moedas digitais de bancos centrais (CBDC) como a principal ameaça ao BTC. E Giustra parece concordar com essa afirmação.
Establishment não quer perder o controle
Durante a entrevista, o bilionário afirma que os governos já enxergaram os benefícios trazidos pela blockchain e, ao mesmo tempo, os riscos das criptomoedas. Enquanto planejam utilizar a primeira, Giustra arrisca que os governos irão combater ao máximo o crescimento das segundas.
“Acho que, em primeiro lugar, você tem que separar as coisas. O que os Estados Unidos realmente querem é estar à frente do jogo no blockchain, não no Bitcoin em particular, ou em alguma forma de sistema digital que eles possam eventualmente assumir. E eles vão criar sua própria CBDC como todo mundo, e não vão querer concorrência. Eu vejo o Bitcoin como uma ameaça a soberania do dinheiro fiduciário”, diz Giustra.
Em sua quarta previsão, Giustra estima que todos os governos vão se mover para tecnologias que incorporem a CDBC em qualquer coisa que eles possam criar. Isto é, planejam ter, através do dinheiro, controle total da população.
“A última coisa que eles vão querer é a competição do Bitcoin. Eventualmente, eles vão querer tirar o Bitcoin. Eu acho que há muito risco para eles”, alerta.
Proteção física
Giustra, que fez sua fortuna no setor de mineração de ouro, enxerga o metal como a maior proteção contra as CBDC, e não o BTC. Na visão do bilionário, a criptomoeda está sujeita a ataques do governo por causa de sua conexão com o mundo digital.
Em contrapartida, o ouro físico não possui esse risco da tecnologia. Por isso que em vez de armazenar riqueza no mundo virtual, o bilionário diz que prefere manter a riqueza na forma física de ouro.
“Eles não podem atacar sua moeda de ouro. Eles certamente podem, se quiserem, atacar qualquer coisa que esteja lá fora no mundo digital, mas não o ouro”, disse.
A tese de proteção física é defendida por outros investidores do mercado de ouro, como Peter Schiff, que também não acredita no BTC como ativo de proteção.