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O que é DeFi? Conheça a definição e seus casos de uso

Publicado 24.05.2021, 04:00
O que é DeFi? Conheça a definição e seus casos de uso
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As finanças descentralizadas (DeFi) atingiram seu principal momento a partir de 2020. Este mercado promete levar as criptomoedas mais próximo dos investidores, especialmente os chamados “desbancarizados”. Contudo, o conceito de DeFi não é algo novo, tampouco uma modinha. A tecnologia já possui mais de 10 anos e segue evoluindo a cada ano.

Porém, como todo mercado inovador, as DeFi ainda são abordadas com muitas dúvidas. O que é DeFi? O que elas fazem? Quais soluções elas querem trazer para quais problemas? E, principalmente, quais são as vantagens e riscos que este novo mercado oferece?

“As DeFi se distanciam das Finanças Centralizadas (CeFi) garantindo maior segurança e capacidade de inovar sem qualquer barreira. Elas atuam em redes globais, imutáveis, públicas, descentralizadas e de código aberto que são as blockchains, levando para muitos dos produtos e serviços desenvolvidos nelas todas essas qualidades, criando um leque infinito de possibilidades até então inimagináveis”, explicou o Portal DeFi.

De modo resumido, as DeFi buscam emular mecanismos do mercado financeiro tradicional. Porém, o objetivo é tornar as finanças mais acessíveis e menos dependentes de grandes instituições. E para esclarecer como elas farão isso, e quais os principais projetos de DeFi, é que damos início a esta nova série no CriptoFácil: O que é DeFi? Venha conosco aprender sobre mais uma inovação de criptomoedas.

DeFi e suas origens

Como quase tudo relacionado às criptomoedas, as DeFi tiveram início com o protocolo do Bitcoin. A criação de Satoshi Nakamoto surgiu como uma forma de pagamento que não depende de bancos ou governos para ser utilizada. Cada usuário pode ter seu próprio banco e carteira. Por isso, o Bitcoin foi a primeira aplicação de DeFi bem-sucedida.

Entretanto, as limitações do Bitcoin fizeram com que seu uso ficasse restrito a isso. Outras aplicações que hoje são associadas com as DeFi não podiam ser executadas no blockchain do Bitcoin. Ele tornou-se um grande sucesso em ser uma moeda forte, inconfiscável e livre de influências políticas. Mas era preciso mais.

Ethereum e DeFi: o casamento perfeito

Foi apenas com o surgimento do Ethereum que aplicações mais complexas puderam ser executadas na blockchain. Com isso, o caminho estava aberto para que o mercado se desenvolvesse. E assim surgiu mais um exemplo de DeFi: as Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs).

As ICOs permitiram que empresas pudessem captar dinheiro sem depender de empréstimos bancários ou aberturas de capital na bolsa. Por outro lado, os investidores podiam comprar os tokens emitidos por elas, tornando-se sócios das empresas e lucrando com a valorização dos tokens. Dessa forma, as ICOs descentralizaram o mercado de capitais.

O mercado de ICOs teve seu grande momento em 2018. Naquele ano diversos projetos utilizaram esta modalidade de investimento para captar fundos. No entanto, vários deles se revelaram como fraudes, o que contribuiu para manchar a imagem deste mercado. Ainda assim, muitos ICOs seguem com seus cronogramas em atividade.

Descentralização de serviços financeiros

A segunda fase das DeFi teve início a partir de 2020. Com o arrefecimento do mercado de ICOs, outros projetos começaram a surgir no mercado. E o objetivo deles era revolucionar não apenas um setor específico, mas toda a economia. Agora, as DeFi estavam prontas para atuar nos seguintes mercados:

  • Emissão de dívida com colateral;
  • Empréstimos;
  • Receber juros sobre criptomoedas investidas;
  • Compra e venda de proteção com opções;
  • Mercados futuros;
  • Fazer e operar ativos sintéticos (como ouro e ações) em blockchain;
  • Loterias;
  • E outros.

É possível notar que todos estes serviços existem no mercado tradicional. As DeFi, portanto, não necessariamente criaram novos produtos financeiros. O que elas fizeram foi trazer esses mercados para a tecnologia blockchain. E esta transação veio com diversas melhorias, especialmente na facilidade de acesso.

Considere a abertura de uma conta em banco. Este processo costuma ser muito complicado e, em alguns casos, caro. Não é qualquer pessoa que consegue abrir uma conta bancária e ter acesso a investimentos. Em países pobres, que sofrem com alta inflação, tal limitação pode significar a diferença entre viver e morrer.

Já as DeFi cortam esses intermediários. Os bancos, corretoras, financeiras e bolsas de valores não são necessários. Qualquer pessoa com acesso à Internet pode conectar-se a um computador e ter acesso a serviços de DeFi. Os custos são muito mais baixos, a velocidade é maior e não existem restrições geográficas ou financeiras.

Por conta disso, vários projetos passaram a receber capital de investidores que acreditam no potencial das DeFi. Alguns desses projetos receberam na casa de bilhões. Esta métrica é medida pelo Valor Total Alocado (TVL, na sigla em inglês), que mostra quais projetos recebem mais investimentos. O site DeFi Pulse possui uma lista completa, por ordem de valor alocado.

Exemplos de DeFi

Nos últimos dois anos houve uma verdadeira explosão de projetos DeFi. Novos protocolos foram criados todos os dias, cada qual com a sua funcionalidade e objetivo. Além disso, a origem destes protocolos passou a ser mais diversificada. O Ethereum, por exemplo, passou a ter novos concorrentes, com projetos DeFi surgindo em outras redes.

Um exemplo disso são as exchanges descentralizadas (DEX). Essas plataformas são corretoras onde criptoativos podem ser trocados. No entanto, as DEXs são, como o nome diz, descentralizadas. Elas não fazem a custódia das criptomoedas, tampouco pedem que o usuário faça algum depósito ou envie documentação. Eis as vantagens das DEXs comparadas com as exchanges descentralizadas:

  • Sem custódia: não é preciso depositar dinheiro nas DEXs: basta conectar uma carteira e realizar as operações. As criptomoedas transacionadas em uma DEX jamais deixam de ser posse de seus donos. Isso reduz o risco de roubos e ataques;
  • Automatização: as DEXs não possuem intermediários. A negociação nelas é instantânea, desde que haja liquidez suficiente;
  • Custos menores: exchanges tradicionais costumam cobrar altas taxas em suas operações. Por outro lado, a maioria das DEXs têm taxas de negociação mínimas, permitindo negociações com custos muito menores;
  • Facilidade de acesso: exchanges centralizadas costumam pedir documentações e ter uma série de processos burocráticos. Já a maioria dos DEXs não costuma pedir muitos dados, o que protege a privacidade dos usuários;
  • Usabilidade: as DEXs estão se tornando mais fáceis de utilizar. O processo de comprar e vender criptomoedas pode, em muitos casos, ser realizado com apenas poucos cliques;

Com isso, a troca entre tokens DeFi acaba sendo mais rápida e segura. O risco de perda de criptomoedas por um ataque hacker, por exemplo, é muito menor, praticamente zero. E essas plataformas também possibilitam acesso a rendimentos via Proof Of Stake (PoS) ou empréstimos de tokens, gerando renda passiva. Eis algumas das DEX mais famosas do ecossistema DeFi:

  • Uniswap: criada no blockchain Ethereum, portanto permite a negociação tanto de Ether (ETH) quanto de tokens ERC-20;
  • PancakeSwap: praticamente uma cópia da Uniswap, ela funciona na Binance Smart Chain. Por isso permite a negociação de tokens criados nesta rede, que já apresenta uma concorrência para o Ethereum;
  • 1inch: a 1inch é um agregador de DEXs que fornece dados para o usuário escolher a melhor plataforma. Ela também é uma DEX e permite a troca de criptomoedas. É possível identificar plataformas tanto no Ethereum quanto na Binance Smart Chain (BSC);
  • OpenSea: plataforma de leilão para tokens de arte digital, os conhecidos NFTs. Nela artistas e colecionadores podem negociar obras de forma rápida, sem intermediários e de qualquer lugar do mundo.

Nos últimos dois anos houve uma verdadeira explosão de projetos DeFi. Novos protocolos foram criados todos os dias, cada qual com a sua funcionalidade e objetivo. Além disso, a origem destes protocolos passou a ser mais diversificada. O Ethereum, por exemplo, passou a ter novos concorrentes, com projetos DeFi surgindo em outras redes.

Um exemplo disso são as exchanges descentralizadas (DEX). Essas plataformas são corretoras onde criptoativos podem ser trocados. No entanto, as DEXs são, como o nome diz, descentralizadas. Elas não fazem a custódia das criptomoedas, tampouco pedem que o usuário faça algum depósito ou envie documentação. Eis as vantagens das DEXs comparadas com as exchanges descentralizadas:

  • Sem custódia: não é preciso depositar dinheiro nas DEXs: basta conectar uma carteira e realizar as operações. As criptomoedas transacionadas em uma DEX jamais deixam de ser posse de seus donos. Isso reduz o risco de roubos e ataques;
  • Automatização: as DEXs não possuem intermediários. A negociação nelas é instantânea, desde que haja liquidez suficiente;
  • Custos menores: exchanges tradicionais costumam cobrar altas taxas em suas operações. Por outro lado, a maioria das DEXs têm taxas de negociação mínimas, permitindo negociações com custos muito menores;
  • Facilidade de acesso: exchanges centralizadas costumam pedir documentações e ter uma série de processos burocráticos. Já a maioria dos DEXs não costuma pedir muitos dados, o que protege a privacidade dos usuários;
  • Usabilidade: as DEXs estão se tornando mais fáceis de utilizar. O processo de comprar e vender criptomoedas pode, em muitos casos, ser realizado com apenas poucos cliques;

Com isso, a troca entre tokens DeFi acaba sendo mais rápida e segura. O risco de perda de criptomoedas por um ataque hacker, por exemplo, é muito menor, praticamente zero. E essas plataformas também possibilitam acesso a rendimentos via Proof Of Stake (PoS) ou empréstimos de tokens, gerando renda passiva. Eis algumas das DEX mais famosas do ecossistema DeFi:

  • Uniswap: criada no blockchain Ethereum, portanto permite a negociação tanto de Ether (ETH) quanto de tokens ERC-20;
  • PancakeSwap: praticamente uma cópia da Uniswap, ela funciona na Binance Smart Chain. Por isso permite a negociação de tokens criados nesta rede, que já apresenta uma concorrência para o Ethereum;
  • 1inch: a 1inch é um agregador de DEXs que fornece dados para o usuário escolher a melhor plataforma. Ela também é uma DEX e permite a troca de criptomoedas. É possível identificar plataformas tanto no Ethereum quanto na Binance Smart Chain (BSC);
  • OpenSea: plataforma de leilão para tokens de arte digital, os conhecidos NFTs. Nela artistas e colecionadores podem negociar obras de forma rápida, sem intermediários e de qualquer lugar do mundo.

Para que (ou quem) servem as DeFi?

Como vimos, as DeFi servem como uma forma de tornar serviços financeiros mais acessíveis. Embora sejam tecnologias novas, elas possuem um enorme potencial. E à medida em que os protocolos tornam-se mais fáceis de usar, o mercado para eles torna-se maior. Afinal, os serviços bancários são uma das áreas mais excludentes do mundo.

Segundo a pesquisa Global Findex, 31,5% das pessoas no mundo não possuem conta em banco. Isso corresponde a 2,3 bilhões de seres humanos sem acesso a serviços bancários. Isso ocorre porque, ao contrário do Brasil e da maioria dos países, abrir uma conta bancária em muitos países é um processo caro e cheio de barreiras. Por conta disso, muitas pessoas acabam não conseguindo obter empréstimos ou fazer investimentos, entre outros serviços.

Por outro lado, a maioria dos países do mundo possuem pelo menos um celular para cada habitante. Ou seja, o acesso a dispositivos que podem suportar tecnologias DeFi é muito maior do que o acesso a serviços bancários tradicionais. E é através deste maior acesso que as DeFi podem crescer e ganhar mais espaço.

Hoje existem diversas plataformas DeFi que possibilitam o depósito de dinheiro sem precisar de uma conta bancária. E com isso, o pequeno poupador passa a ter acesso a serviços financeiros imediatamente. Muitos deles, aliás, pagam taxas de juros mais altas do que aplicações tradicionais do mercado, como renda fixa e títulos do governo.

Riscos das DeFi

Embora sejam inovadoras, as DeFi também apresentam riscos para o investidor. E estes riscos podem envolver tanto o protocolo quanto riscos individuais. Muitos projetos DeFi ainda são recentes e, por isso, precisam provar sua segurança. Não são poucos os casos de protocolos DeFi que foram atacados e fizeram seus investidores sofrerem grandes perdas.

Outro problema que pode afetar as DeFi são erros nos contratos dos projetos. Essas falhas podem resultar em problemas na execução do protocolo, gerando fortes perdas. Por isso é importante observar bem quem é a equipe por trás de cada protocolo e verificar se os códigos e contratos são bem auditados e checados.

Mas a euforia do investidor também pode ser um problema. Investir em um projeto DeFi sem entender os riscos ou como funcionam as carteiras e outros aspectos pode ser um erro. O mesmo acontece ao investir em tokens que já “bombaram” e, portanto, oferecem risco maior de desvalorização.

Por fim, existem os riscos regulatórios, algo que aflige praticamente todas as criptomoedas. Os governos ainda lutam para enquadrar as criptomoedas em suas caixinhas tradicionais. E muitos deles, por incapacidade ou desconhecimento, podem acabar tornando certos protocolos ilegais.

As DeFi prometem ser uma grande revolução no sistema financeiro. De fato, elas já estão trazendo várias mudanças e ganhando destaque. Contudo, o setor ainda é jovem e tem um longo caminho a percorrer. Assim como a nossa série de textos, as DeFi estão apenas nos primeiros passos dessa jornada. Então fique conosco e confira essa evolução.

Por CriptoFácil

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