Tether, emissora da maior stablecoin do mercado de criptomoedas, a USDT, anunciou mudanças na cesta de ativos que dão suporte ao lastro da stablecoin.
Embora a Tether afirme que sua criptomoeda é lastreada em dólares, desde 2019, respondendo a um processo aberto pela Procuradoria de Nova York, foi revelado que não existe 1 dólar para cada 1 USDT emitido.
Em vez disso, para garantir o lastro de sua stablecoin, a Tether afirma que possui uma cesta de ativos, que inclui também ações, criptomoedas e outros ativos.
As reservas da Tether têm sido objeto de debates acalorados há anos, com alguns críticos argumentando que sua stablecoin poderia ser um esquema Ponzi de enormes proporções.
Em maio do ano passado, a Tether publicou, oficialmente, um detalhamento das reservas que apoiam sua stablecoin pela primeira vez.
Conforme revelou a empresa na época, 65,39% das reservas do USDT eram lastreadas em papel comercial não especificado, uma forma de dívida de curto prazo emitida por empresas para levantar fundos.
No entanto, a revelação não conseguiu acalmar as preocupações sobre a sustentabilidade do USDT. Afinal, não ficou claro quais empresas emitiram o papel comercial que compunha a maioria das reservas do Tether.
Mudanças no lastro do USDT
Agora, entre a mudanças no lastro do USDT, a Tether revelou que planeja reduzir ainda mais as reservas em papel comercial. No entanto, não revelou em qual ativo este dinheiro será alocado.
Caso a empresa cumpra a promessa feita no anúncio essa será a segunda redução de reservas da Tether que no final do ano passado anunciou que havia reduzido suas participações em papel comercial em 21%, aumentando substancialmente a participação de títulos do Tesouro.
Hoje, a dívida comercial compreende menos de um terço das reservas da empresa.
Recentemente, os analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) opinaram que a Tether estava tendo dificuldade em encontrar um banco que estivesse disposto a receber depósitos da Tether com base na composição de suas reservas.
A Tether é obrigada a publicar trimestralmente detalhamentos de suas reservas como parte do acordo firmado com a Procuradoria Geral de Nova York em fevereiro.