Os hacks de ativos digitais sempre existiram e podem não desaparecer tão cedo. No entanto, agora a ameaça é a maior blockchain de contratos inteligentes de todo o setor: o Ethereum (ETH).
A tão esperada atualização na rede do ETH, o The Merge, deve ocorrer esta semana. A atualização vai mudar o mecanismo de validação do Ethereum, de Prova de Trabalho (PoW, na sigla em inglês) para Prova de Participação, ou PoS.
Analistas dizem que a mudança irá trazer mais eficiência para o Ethereum. No entanto, alguns especialistas em segurança estão preocupados com o evento. Isso porque eles acreditam que a migração pode deixar a rede mais vulnerável a ataques.
Segundo os especialistas, a primeira violação de segurança que pode ocorrer durante o The Merge são os ataques de repetição. Ou seja, à medida que a atualização ocorre, os ativos na blockchain ETH podem ser duplicados.
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Ataque à rede ETH
De acordo com Marius Van der Wijden, desenvolvedor do Ethereum, não haverá problemas com os ataques de repetição devido ao The Merge. Mas os usuários estão sendo instados a não fazer nada durante o período para evitar serem enganados devido à incerteza.
O The Merge irá demorar cerca de 12 minutos para ser completado. Durante este período, as exchanges devem pausar os serviços.
Conforme informou a Fundação Ethereum, cerca de 150 desenvolvedores estão em alerta máximo para detectar bugs e garantir que nenhum fundo fique em risco.
No entanto, após o The Merge, pesquisadores ouvidos pelo CriptoFácil destacaram que o Ethereum pode ficar vulnerável. A maior preocupação, segundo eles, é com a centralização.
De acordo com os especialistas, hoje, cerca de cinco empresas dominam o Ethereum, sendo que três delas são exchanges. O contrato inteligente de staking Lido, por exemplo, pode facilmente sofrer um hack.
“Um ataque hacker pode facilmente comprometer a blockchain do ETH depois do The Merge. Eu posso até mesmo dizer que a comunidade hacker só aguarda o The Merge ocorrer para começarem os ataques”, disse um pesquisador que pediu anonimato.