A tokenização é um movimento que tem ganhado forma rapidamente. Ao transformar algo do mundo real em um token, cria-se uma praticidade para negociar valores e bens no mundo digital. Atenta a este movimento, a Cooperativa Agroindustrial de Varginha (Minasul) criou o Coffee Coin.
Trata-se de um token lastreado no preço do café, usando como base a cotação da Bolsa de Valores de Nova Iorque. O Coffee Coin é um token padrão ERC-20, podendo ser armazenado em sua carteira padrão para tokens da rede Ethereum.
Primeiramente disponível para associados da cooperativa negociarem internamente, o Coffee Coin estará disponível na exchange Stonoex a partir do dia 1º de julho, tendo paridade com o real (BRL). Usuários interessados já podem criar uma carteira na exchange e aguardar a abertura das negociações.
Token de café
O projeto surgiu através de uma parceria entre a Minasul e a Stonoex. O Coffee Coin surgiu como uma alternativa para os associados da Minasul custearem suas operações. Por exemplo, antes da época da colheita do café, existem gastos preparatórios.
Vale ressaltar que o ecossistema da Minasul conta com 8.500 cooperados, espalhados em mais de 200 localidades. Dentro dessa cadeia, mais de 17 mil itens são disponibilizados aos cooperados. Desta forma, o Coffee Coin se torna um utility token com o objetivo de tornar práticas as movimentações dentro dessa cadeia de fornecimento.
Utilizando o Coffee Coin, associados podem adquirir insumos e equipamentos com base na cotação do café datada do dia da negociação. Então, efetuam o pagamento ao fim da colheita, quando recebem o capital.
Para o usuário fora deste ecossistema, o Coffee Coin pode ser negociado por volumes pré-estabelecidos de café. Segundo o white paper do projeto, cada token representa um quilo de café Tipo 6/7 Bebida Dura, com 15% de catação. Em suma, a Minasul planejou uma stablecoin lastreada por seu estoque de café.
Além disso, o Coffee Coin é um projeto pioneiro, ainda não visto no mercado brasileiro de tokenização. Tal feito é reforçado por Luis Henrique Albinati, diretor de novos negócios da Minasul:
“O primeiro criptoativo lastreado em café nasce como uma das stablecoins de maior garantia e credibilidade do mercado brasileiro. Por estar amparado em uma instituição com mais de 60 anos de experiência no mercado Agro Café, traz segurança nos trâmites da operação, usando a tecnologia blockchain, e assim, atendendo aos padrões e regulamentos de conformidade internacional.”
Mais detalhes
Inicialmente, segundo o site oficial do projeto, serão emitidos 10.200 tokens de café. Assim, serão custodiadas 167 sacas de café para a primeira emissão de tokens para negociação pública.
O preço inicial do Coffee Coin terá como base o custo do café, em quilos, do mesmo tipo comercializado pela Minasul na data de emissão. Por fim, vale ressaltar novamente que o preço do token acompanhará a cotação do café.