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Em campanha para 2º turno na Colômbia, Mockus fala de educação e economia

Publicado 11.06.2010, 19:06
Atualizado 11.06.2010, 19:35

Miriam Burgués.

Medellín (Colômbia), 11 jun (EFE).- O candidato presidencial colombiano Antanas Mockus, do Partido Verde, expôs hoje seu plano de Governo para o setor educativo, um dos pilares de sua campanha, além do giro que pretende dar ao modelo econômico do país, para que a Colômbia comece a "exportar conhecimento".

"Não vamos ser puros exportadores de carvão, gás e petróleo. Vamos exportar conhecimento", disse Mockus aos jornalistas, no Museu de Arte Moderna de Medellín, durante um ato com centenas de simpatizantes, em sua maioria jovens.

A nove dias do segundo turno de 20 de junho, Mockus centrou seu discurso em enfatizar que cada voto é importante, porque ele "não é o mesmo que seu rival".

Em sua opinião, aqueles que têm a "responsabilidade" de melhorar a Colômbia "não estão pensando grande", apenas em como "sobreviver no curto prazo", com um modelo econômico ao qual falta "competitividade".

O combate às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), uma das bandeiras da política de "segurança democrática" do presidente Álvaro Uribe, "é um tema muito importante, mas já que elas atuam em uma região limitada, pensemos grande", disse Mockus.

"Todos dizem que a educação é importante, mas ninguém a incentiva, porque os resultados são colhidos dez ou 15 anos depois", disse Mockus, que é matemático, filósofo e ex-prefeito de Bogotá.

O encarregado de apresentar o programa educativo que o Partido Verde aplicará se chegar ao Governo foi Sergio Fajardo, ex-prefeito de Medellín e candidato a vice-presidente.

Na Colômbia, a educação deve ser "um motor de transformação social", disse Fajardo em sua primeira aparição pública depois de uma operação no quadril que o manteve afastado da campanha durante semanas.

"Um projeto de vida começa por um projeto educativo", insistiu Fajardo.

O candidato a vice criticou o fato de que "nunca na história" da Colômbia se tenha pensado em criar um imposto "extraordinário" para financiar a educação, com foi o "imposto à guerra" do Governo de Uribe, usado sobretudo para fortalecer as Farc e com o qual foram arrecadados mais de 10 trilhões de pesos (US$ 5 bilhões).

Para Rosário, uma das mulheres que assistiu ao ato de hoje em Medellín, "um povo educado segue adiante" e, por isso, disse à Agência Efe que votará em Mockus no dia 20 de junho e completou: "Ele é um homem honesto".

"Estamos cansados dos partidos tradicionais e da corrupção. Queremos algo novo", afirmou, ao contar que, em sua família, até sua mãe, de 88 anos, uniu-se à "onda verde" e votou em Mockus no primeiro turno.

Apesar de as últimas enquetes darem uma folgada vitória no segundo turno a Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa e candidato apoiado por Uribe, Mockus advertiu hoje que pode haver uma "surpresa", como aconteceu no dia 30 de maio.

Para o primeiro turno, as pesquisas previam um empate entre Santos e Mockus, mas o candidato governista conquistou mais de 25 pontos de vantagem sobre seu rival.

Se apenas "a metade" dos aproximadamente 51% eleitores que não votaram no dia 30 de maio for às urnas no segundo turno, essa "surpresa" pode acontecer, disse Mockus aos jornalistas e pediu que as pessoas atuem "com responsabilidade" e exerçam seu direito ao voto.

No entanto, os analistas preveem que, em um país onde o voto não é obrigatório, a abstenção de 20 de junho seja ainda maior que a do primeiro turno, já que serão disputadas três partidas da Copa do Mundo no mesmo dia. EFE

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