Ethereum fortaleceu a ideia de criar um hard fork dividindo a rede. Esta ideia se intensificou conforme a data de implementação do The Merge se aproxima, criando uma divisão na comunidade.
O grupo, liderado pelo minerador Chandler Guo, se posiciona contra o The Merge, que irá acabar com a mineração atual via Prova de Trabalho (PoW). Dessa forma, eles pretendem criar uma nova rede intitulada EthereumPow (ETHW), que manterá a mineração.
No entanto, esta divisão não seria compatível com a atual blockchain, o que resultaria na existência de duas cadeias diferentes. Se isto acontecer, será a segunda vez que o Ethereum passará por um hard fork desde a sua criação, em 2015.
Quem apoia e quem não apoia Caso o hard fork de fato aconteça, os detentores de tokens Ether (ETH) terão direito a receber os tokens ETHW da nova rede. Por isso, muitas empresas já se manifestaram sobre a divisão. A maioria não apoiou o grupo de Guo, mas outras declararam que irão dar suporte a nova criptomoeda.
O CriptoFácil entrou em contato com várias exchanges brasileiras e estrangeiras que atuam no Brasil para saber a opinião delas sobre o assunto. Além disso, também perguntamos se a exchange em questão pretende dar suporte ao ETHW ou algum outro token que resultar de uma divisão na rede.
A exchange Binance afirmou que ficará do lado do The Merge, mas que avaliará o suporte para distribuição e retirada dos forked tokens. De acordo com a exchange, somente após o The Merge e o processo de avaliação é que a exchange dirá se dará suporte a eventuais tokens e airdrops.
“Para proteger os usuários da Binance, todos os forked tokens passarão pelo mesmo processo rigoroso de revisão de listagem que a Binance faz para qualquer outra moeda/token”, disse a Binance.
Quem também respondeu foi a Ripio, exchange argentina que opera no Brasil através da BitcoinTrade, que destacou o papel educativo. A exchange disse que vai estudar a melhor forma de dar suporte aos seus clientes e quanto ao suporte ao hard fork do Ethereum.
“Esse suporte em relação ao hard fork deve estar orientado desde o impacto nos usuários até as mudanças dentro das plataformas para garantir a segurança das operações e os ativos dos clientes. As exchanges são responsáveis por acompanhar esses processos”, disse a Ripio.
Procurada pelo CriptoFácil, a Bitso não enviou seu posicionamento até o momento da finalização desta matéria.
Posição das exchanegs brasileiras
Quanto às exchanges nacionais, a posição é de cautela em relação ao hard fork. A maioria das plataformas quer aguardar se e como ocorrerá o hard fork, antes de decidir se darão suporte aos novos tokens.
É o caso da Liqi, plataforma de tokenização e negociação de criptomoedas, que disse estar de olho e monitorando o desenrolar dos acontecimentos. Até novas atualizações, a empresa não dará suporte ao ETHW.
A Coinext afirmou que dará o suporte necessário e aguarda como será feita a divisão da rede. Segundo o CEO José Artur Ribeiro, o The Merge não trará melhorias profundas na escalabilidade do Ethereum. Ou seja, a rede não terá maior capacidade de processar transações, o que reforça a importância do uso de segundas camadas.
Por fim, Fabrício Tota, CEO da Mercado Bitcoin, disse que a exchange está avaliando o suporte ao ETHW e que tudo vai depender do crescimento da rede. Além disso, a exchange verá se a nova blockchain vai contar com a demanda dos clientes.
“Ainda não está claro como será o ETHPoW, que comunidades suportarão essa rede etc. Suportar uma ‘rede fantasma;, que existe do ponto de vista técnico mas não é utilizada por quase ninguém, não faria sentido. Mas ainda é cedo para afirmarmos se daremos ou não suporte”, disse.