📢 Estratégia de IA ProPicks para investir após techs caírem. Subiu em julho 2x acima do S&P!Lista Completa

A economia global passará por uma 'ressaca', avalia Caio Megale, da XP

Publicado 23.05.2022, 09:50

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com -  Enquanto eleições trazem volatilidade e incerteza, o Brasil também não deve escapar da “ressaca global” na economia, segundo Caio Megale, economista-chefe da XP (SA:XPBR31). Em palestra na manhã desta segunda-feira (23),  durante o Congresso Catarinense de Rádio e TV, promovido pela Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACAERT), Megale disse que, provavelmente, o mundo vai entrar em recessão no segundo semestre.

“Ressaca vem depois de um exagero. A quantidade de volume [de dinheiro] que foi transferido do setor público para o privado gerou muita demanda. A ressaca é muito incômoda, mas não é grave”, compara o economista.

De acordo com Megale, a economia global vai passar por recessão e enfrentará juros mais altos, mas após uma “pisada no freio mais forte”. Para ele, o momento é desafiador, mas já passamos por situações piores, como a Crise de 2008, quando o problema era no “coração da economia mundial”, como se “o motor do carro estivesse fundindo”. Dessa vez, as dívidas dos governos subiram moderadamente e  as taxas de juros ainda estão baixas.

Disparada nas commodities 

O economista detalha que, aos primeiros olhares, a pandemia teria como primeiros impactos a recessão e deflação. Preços de commodities chegaram a despencar cerca de 20%, mas o cenário foi revertido pelo volume forte de recursos transferidos por meio de pacotes de apoio, tecnologias que possibilitaram o funcionamento de diversas atividades, e a chegada da vacina. Com esses estímulos, as commodities, que haviam caído, voltaram a subir. Para completar, problemas de logística fizeram com que faltasse aço, chips, entre outros insumos. O processo inflacionário continuou em 2021, quando as políticas de apoio foram redobradas.

Megale explica que, depois disso, os países decidiram que era a hora de pisar no freio. Mas, após um período de acomodação das commodities, veio a guerra na Ucrânia. Como Rússia e Ucrânia são grandes produtores de diversas commodities, entre elas petróleo e trigo, houve uma disparada nos preços. Os preços de trigo, por exemplo, subiram 50% desde início do ano.  Com Rússia em guerra e sanções comerciais, os preços do petróleo foram às alturas. O choque de commodities intensificou problema da inflação e novos lockdowns na China fazem com que a economia desacelere, intensificando problema de falta de insumos – o que gera mais impacto na inflação.

O FMI e o PIB brasileiro

Com a continuidade da guerra na Ucrânia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo as previsões de crescimento dos países, mas elevou a do Brasil de 0,3% para 0,8% em 2022. Para 2023, a instituição estima alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,4%.

Megale afirma que isso ocorreu por três fatores. O primeiro é a forma de lidar com a pandemia, com vacinação ampla, o que possibilitou uma reativação da economia. Além disso, o impulso das commodities beneficia o país. Grãos, minério e petróleo em alta trazem renda para o Brasil. As regiões mais ligadas ao agronegócio e extração mineral voltam a gerar renda e atividade econômica, devido à estreita correlação do PIB brasileiro com preços de commodities.

Ainda, o Brasil esteve na frente quanto a movimentos de alta nas taxas de juros. Como o Banco Central iniciou o aperto monetário (Selic) com antecedência em relação a outros países, é provável que a inflação caia gradativamente no segundo semestre, conforme disse o economista, que também destaca os efeitos de uma possível estabilização do dólar entre R$ 4,5 e R$ 5 para amenizar a alta inflacionária. “[Nesse patamar] estaria mais perto de seus pares e tende a ter perspectivas mais estáveis”, completa.

Mercado e eleições

Para Megale, o mercado financeiro vai preferir a plataforma de governo que apresentar melhores perspectivas de equilíbrio de curto prazo em inflação e dívida pública, além de perspectivas de crescimento de longo prazo por meio de reformas econômicas. Para crescer, seria preciso focar nas reformas tributária, administrativa e em marcos legais, como foi o caso no saneamento, na opinião do especialista.

A XP estima crescimento do PIB de 1,6% em 2022, inflação de 9,2%, Selic de 13,75% ao final do ano e dólar em R$5.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.