BERLIM (Reuters) - A projeção do governo alemão de crescimento de 1,8 por cento este ano não é mais alcançável, após a economia ter contraído no terceiro trimestre pela primeira vez desde 2015, disseram nesta quinta-feira importantes institutos econômicos.
A maior economia da Europa encolheu 0,2 por cento entre julho e setembro, conforme as disputas comerciais globais e problemas no setor automotivo comprometeram o tradicional crescimento das exportações, levantando preocupações de que a longa expansão está enfraquecendo.
"Para 1,8 por cento de crescimento no atual amo, a produção econômica no último trimestre teria que aumentar 1,3 por cento. Não esperamos que tanto crescimento se concretize", disse Stefan Kooths do instituto econômico IFW, em Kiel.
Claus Michelsen, economista-chefe do DIW, concordou que a economia precisaria crescer 1,3 por cento no quarto trimestre para atingir a estimativa anual.
"Uma recuperação é, de fato, esperada, mas tal leitura realmente me surpreenderia", afirmou Michelsen.
Com sede em Munique, o instituto econômico Ifo compartilha da mesma visão e projeta crescimento de 0,4 por cento entre outubro e dezembro, o que resultaria em uma expansão anual de cerca de 1,5 por cento.
O governo alemão estimou um crescimento de 1,8 por cento tanto para este ano como para o próximo.
Para o economista da Ifo Timo Wollmershaeuser, o país precisaria de um forte começo em 2019, com crescimento de cerca de 0,6 por cento no primeiro trimestre, para atingir a meta no ano que vem.
"Contudo, um começo forte em 2019 parece improvável no contexto de piora do clima de negócios ao longo de 2018", disse ele.
Uma porta-voz do Ministério da Economia da Alemanha afirmou que o governo atualizaria as projeções anuais no início de 2019.
A fraqueza na economia da Alemanha - e mais amplamente na da zona do euro - levanta temores de que a expansão de cinco anos da moda do bloco pode estar chegando ao fim, conforme o Banco Central Europeu (BCE) planeja retirar os estímulos.
Contudo, o formulador holandês de políticas do BCE, Klaas Knot, disse na quarta-feira que a fraqueza na zona do euro não é significativa o suficiente para o banco central alterar o caminho da política, ainda que a perspectiva siga incerta.
(Por Rene Wagner)