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Aperto no crédito temido por Fed pode já estar acontecendo

Publicado 10.04.2023, 09:33
Atualizado 10.04.2023, 09:35
© Reuters. Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington
18/03/2008 
REUTERS/Jason Reed/File Photo

Por Howard Schneider

WASHINGTON (Reuters) - Jeffrey Haley, presidente-executivo da American National Bank and Trust Company, viu o aperto chegando no início deste ano.

O aumento de juros e a desaceleração da economia nos Estados Unidos significaram para ele que o crescimento do crédito provavelmente vai cair pela metade conforme o banco comunitário sediado na Virgínia muda o foco para operações de melhores qualidade e retorno em vez de volume delas.

Após isso, um par de bancos regionais dos Estados Unidos entrou em colapso de maneira abrupta em meados de março. O instinto disse a Haley que as coisas vão apertar ainda mais, com o crescimento do crédito despencando para talvez 25% do que era em 2022, quando a carteira do banco subiu 13%, para cerca de 2,1 bilhões de dólares.

Entrando em 2023 "minha régua era o que quer que tenha feito ano passado, vai fazer provavelmente metade neste ano", disse Haley. "Com base nos atuais eventos...eu acho que isso vai ser cortado pela metade de novo."

Depois de um ano de altas de juros, o Federal Reserve está enfrentando seus primeiros obstáculos significativos uma vez que as decisões tomadas em centenas de bancos irão se somar - ou não - a uma queda nos empréstimos.

O aumento da taxa básica de juros, em teoria, reduz a demanda por bens e serviços, e com o tempo também reduz a inflação. A preocupação agora é até onde e com que rapidez isso se desenrola.

Famílias e empresas estão protegendo suas contas bancárias contra uma queda econômica muito rápida. E o crédito bancário geral está parado em cerca de 17,5 trilhões dólares desde janeiro. O crescimento ano a ano foi perdendo força rapidamente e a próxima decisão do Fed sobre a taxa de juros, em maio, agora depende se as autoridades entenderem se isso é apenas resultado do aperto da política monetária ou algo mais profundo.

TENSÃO

A inflação nos EUA permanece mais que o dobro da meta de 2% do banco central do país e, por enquanto, as autoridades parecem concordar que outro aumento de taxa na reunião de 2 e 3 de maio é justificado.

Mas o potencial para uma crise de crédito pior do que o esperado permanece elevado na esteira dos colapsos do Silicon Valley Bank e do Signature Bank no mês passado, o que levantou preocupações de um maior pânico financeiro.

© Reuters. Prédio do Federal Reserve dos EUA em Washington
18/03/2008 
REUTERS/Jason Reed/File Photo

O pior parece ter sido evitado. Medidas de emergência tomadas pelo Fed e pelo Tesouro dos EUA protegeram os depositantes em ambos os bancos, ajudando a aliviar o que poderia ter sido uma corrida desestabilizadora de bancos menores para os maiores. Outras ações do Fed também ajudaram a manter a confiança no sistema bancário mais amplo.

No entanto, o mercado já estava agitado após um ano de altas de juros que pressionou bancos menores, que já estavam competindo por depósitos que estavam sendo direcionados para títulos do Tesouro e mercados que pagavam retornos maiores.

A resposta - menos empréstimos, padrões de crédito mais rígidos e juros mais altos dos empréstimos - já estava tomando forma. Executivos de bancos agora estão procurando por sinais de que o processo foi impulsionado em excesso.

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